John Kennedy foi o herói improvável do título inédito do Fluminense na Libertadores
Recorde aqui as incidências do encontro
Enquanto os maiores candidatos para fazer a diferença passavam por nomes de peso como Fábio, Marcelo e Cano, o nome da noite foi o avançado John Kennedy.
Cotado para ser titular na partida deste sábado, o atacante de apenas 21 anos acabou por ser suplente, com a vaga de titular a pertecener a Martinelli. O treinador Fernando Diniz sabia bem a carta que tinha na manga.
Em pouco tempo, John Kennedy mudou o jogo. Foi dele o golo do título, no prolongamento, quando a partida estava empatada 1-1. O jovem entrou em campo aos 80 minutos, com o técnico Fernando Diniz ciente da qualidade e do fôlego de sobra que teria, já a pensar no prolongamento.
A tabela bem feita com Keno, levando a melhor sobre o defesa, que não o acompanhou, foi seguida de um remate forte, de primeira, sem hipótese para o guarda-redes Romero. John Kennedy não se segurou na comemoração e foi festejar com os adeptos.
Mas tinha mais. A euforia de quem tem uma longa carreira pela frente acabou por prejudicar a equipa e o erro podia ter custado caro. Depois de ser amarelado aos 89 minutos, foi expulso ao comemorar o golo junto dos adeptos e deixou o Fluminense com um a menos num momento crucial da partida. Menos mal que Fabra foi expulso 10 minutos depois para deixar ambos com 10 jogadores.
Decisivo antes mesmo da final
Para além de fazer o golo do título, John Kennedy mostrou ser decisivo em todas as fases a eliminar da Libertadores, tendo boa dose de contribuição antes da final.
Nos quartos de final, no estádio Defensores del Chaco, marcou contra o Olimpia. Nos oitavas, também anotou contra o Argentinos Juniors, no Maracanã.
No jogo da primeira mão da meia-final contra o Internacional, não só marcou o golo do empate, como fez assistência para Cano qualificar o Tricolor, mudando o destino do clube na competição. Na primeira mão, foi titular e fez o passe para o golo do argentino.
Com apenas 21 anos, entra na história do Fluminense como um dos maiores responsáveis pelo título que coloca a formação no Mundial de Clubes deste ano, que vai acontecer em dezembro, na Arábia Saudita.
Diniz acreditou
Diniz, apesar dos problemas fora das quatro linhas do jogador, confiou no seu potencial para trazer de volta às Laranjeiras a cria de Xerém, que se estreou entre os profissionais em 2020. No início do ano, John Kennedy defendeu a Ferroviária no Campeonato Paulista, fazendo 6 golos em 11 jogos e certamente despertando os olhares de muitos clubes.
O facto de ter sido emprestado indicava que o seu lugar no Flu não estava tão garantido como gostaria. Durante a trajetória pelo clube carioca, sofreu uma lesão num jogo entre amigos nas férias antes da temporada 2022 começar.
No Fluminense, mesmo sem ser um titular absoluto, John Kennedy afirmou-se como uma peça usada com frequência pelo treinador, principalmente para aproveitar a velocidade e os espaços diante de adversários mais desgastados.
"Este menino é um grande vencedor, tornando-se cada vez mais íntegro. É o tipo de jogador que se perde à rodo no Brasil. Desejo que os pés dele continuam no chão, merece todos os elogios e aplausos. Não é fácil ter a vida que ele teve e tornar-se jogador. Ele vale ouro. Torço para que ele consiga dar continuidade a este momento", elogiou Diniz, que soube tirar o devido proveito da jóia que tem nas mãos.
Sem dúvida, mais olhares crescerão sobre o atacante, que precisará seguir os passos do professor para manter a carreira em ascensão.