Libertadores: Botafogo às portas de uma final inédita
No jogo da primeira mão, o Fogão goleou o Peñarol por 5-0 no Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro, com um futebol ofensivo no segundo tempo.
"Tivemos uma grande exibição no primeiro jogo e conseguimos um grande resultado, mas seria um erro pensar que já estamos na final", disse o técnico do Botafogo, Artur Jorge, apesar de a diferença entre as duas equipes ser abismal.
No entanto, o clube tem cinco jogadores com dois cartões amarelos - o guarda-redes John, o defesa Alex Barboza, o médio Gregore e os atacantes Luiz Henrique e Igor Jesus - e, se receberem mais uma advertência, estarão suspensos.
Nada indica que o Peñarol possa reverter a desvantagem - o clube nunca recuperou de uma desvantagem de cinco golos na história da Libertadores - e impedir que o adversário chegue à final da Copa pela primeira vez.
O técnico Diego Aguirre assume que é impossível avançar para a decisão, à qual os pentacampeões (1960, 1061, 1966, 1982 e 1987) não chegam desde 2011.
"Temos de jogar de forma digna e tentar ganhar. Temos que tentar aguentar o golpe e tentar sair com a melhor força possível, porque o povo vai nos acompanhar e temos que dar uma vitória a eles", disse Aguirre.
Sem adeptos do Botafogo
Devido aos graves incidentes ocorridos horas antes do jogo da primeira mão, e pelos quais cerca de 20 adeptos do Peñarol permanecem detidos na cidade, o Ministério do Interior do Uruguai proibiu a presença de pessoas afetas aos visitantes.
Cerca de 2.000 "adeptos" da equipa carioca tinham previsto assistir ao jogo.
Em um comunicado enviado na segunda-feira ao presidente da federação uruguaia, Ignacio Alonso, o ministério informou que o jogo "será disputado somente com adeptos da casa".
"Esta decisão responde à análise da Polícia Nacional, na sequência dos acontecimentos violentos que ocorreram no Rio de Janeiro no período que antecedeu a primeira mão da meia-final, que são do conhecimento público", continua o comunicado assinado pelo ministro do Interior, Nicolás Martinelli.
"Os acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro desencadearam uma série de eventos que aumentam o clima hostil, o que só serve para evidenciar o alto risco envolvido na disputa de (a vingança) com ambas as partes. Solicita-se que sejam tomadas as providências pertinentes junto à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) quanto à decisão desta Secretaria de Estado", conclui.
A partida será disputada no estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu, com o árbitro chileno Piero Maza, auxiliado pelos compatriotas Claudio Urrutia e Miguel Rocha.