Libertadores de 2023 tem o desafio de quebrar a hegemonia brasileira
O Flamengo, atual campeão, é, de longe a equipa mais poderosa e ameaça conquistar o terceiro título em cinco anos (2019 e 2022), enquanto outra equipa brasileira, o Palmeiras, tem pressa em destronar os rivais cariocas e conquistar, também, o terceiro título em cinco anos (2020 e 2021).
O domínio dos clubes brasileiros é esmagador num contexto geral em que só os argentinos estão em posição de causar problemas.
No entanto, clubes como o Flamengo, o mais popular do Brasil, têm um plantel próximo do nível das grandes equipes europeias: o avançado Gabriel Barbosa, o "Gabigol", o uruguaio Giorgian De Arrascaeta, o chileno Arturo Vidal e o brasileiro Everton Ribeiro fazem parte de um plantel difícil de igualar na América do Sul.
Por outro lado, outro favorito como o River Plate, vende as suas estrelas em ascensão, como os campeões do Mundo Enzo Fernández (Chelsea) e Julián Álvarez (Manchester City), com o clube a não conseguir substituí-los a um nível semelhante, sofrendo uma quebra na qualidade.
Se não for o Brasil...
Esta edição da Libertadores, cada vez mais popular por razões desportivas e económicas, não deixa muito espaço para o sucesso dos clubes de outros países para além de Brasil e Argentina.
O Flamengo está no Grupo A e pode facilmente avançar para os oitavos de final, já que vai defrontar Racing (Argentina), Aucas (Equador) e Ñublense (Chile). O mengão, no entanto, faz a sua estreia fora de casa, contra os equatorianos, esta quarta-feira, e está cauteloso devido à altitude de Quito (2.850 metros).
Nesse grupo, o Racing, que abre a sua campanha na quarta-feira contra o Ñublense, tem a oportunidade de lutar pelo segundo lugar.
O Palmeiras, principal rival do Flamengo em busca da coroa continental, abre a campanha do Grupo C com um desafio em grande altitude, a 3.600 metros acima do nível do mar, em La Paz, frente ao Bolívar na quinta-feira.
A completar os jogos de estreia, o competitivo Cerro Porteno encara o Barcelona, única equipa a ousar desafiar o domínio de brasileiros e argentinos com um terceiro lugar em 2017 e um quarto lugar em 2021.
No Grupo B, o Nacional quer fazer valer a tradição dos clubes uruguaios, que se encontram em estagnação desde que o Peñarol foi finalista em 2011. "El Bolso" pode começar bem contra os humildes do Metropolitanos, da Venezuela.
Para parar o Flamengo
Outro candidato ao título, o River Plate, enfrentará na terça-feira, em La Paz, uma abertura de alto risco contra o The Strongest, no Grupo D. No mesmo grupo, o Fluminense, que está um passo atrás em relação ao rival Flamengo, assinou com a estrela internacional Marcelo, ex-Real Madrid. O tricolor aguarda os peruanos do Sporting Cristal no Rio de Janeiro para iniciar a sua candidatura a uma vaga nos playoffs.
Em contraste, o Boca, a outra equipa mais popular da Argentina, enfrenta um cenário diferente do rival River: sem um treinador após a saída de Hugo Ibarra por maus resultados, os xeneizes abrem a sua campanha do Grupo F, na quinta-feira, fora de casa, contra o Monagas, da Venezuela. Esta será uma oportunidade de quebrar o marasmo que os tem perseguido no campeonato.
A fase de grupos da Libertadores será disputada até 29 de junho, com as duas primeiras equipas de cada grupo a avançarem para os oitavos de final.
As equipas que terminarem a primeira fase em terceiro lugar jogarão um mata-mata contra as equipas que terminarem a primeira fase da Sul-Americana em segundo lugar nos seus grupos, antes dos 16 melhores deste torneio serem definidos.
A final da Libertadores de 2023 será disputada em novembro, na catedral do futebol brasileiro, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.