Izquierdo, de 27 anos, faleceu na terça-feira depois de passar cinco dias nos cuidados intensivos em São Paulo, uma tragédia que encheu a região de tristeza.
O corpo do jogador chegou a Montevideu na quarta-feira num avião da Força Aérea Uruguaia, três horas depois de outro avião militar, um Embraer C-120 Brasília, chegar com os familiares do atleta, informou um porta-voz.
Izquierdo será sepultado esta quinta-feira, na sede social do Club Nacional na capital uruguaia, informou a instituição, que decretou cinco dias de luto com bandeiras a meia haste e apenas serviços básicos ativos. Não haverá funeral.
Muitas pessoas chegaram à sede do Nacional, em Montevideu, durante o dia, para deixar flores, velas, desenhos, mensagens e bandeiras do clube ou do Uruguai. Alguns faziam o sinal da cruz enquanto tocavam nas fotos do jogador. Também compareceram adeptos do Peñarol, rival do Nacional, onde Izquierdo também jogou.
Paola Portera, de 24 anos, adepta do Nacional, ressaltou que a tristeza pela perda não tem cor. "Estamos todos unidos pelo mesmo sentimento", disse à agência AFP.
O Nacional, clube que Izquierdo defendia desde janeiro deste ano, anunciou que o velório será na sua sede social, em Montevideu.
"Para sempre conosco, Juan", escreveu o Nacional nas suas redes sociais, junto a um vídeo com imagens do jogador a sorrir e as suas palavras de quando foi contratado para iniciar a sua segunda passagem pelo clube.
"Tenho uma alegria enorme, trabalhei para que este momento chegasse", diz Izquierdo, que se refere ao Nacional como "uma família". "Estava a morrer de vontade de estar aqui".
No Uruguai, país onde o futebol é venerado como uma religião, o campeonato local foi suspenso e não haverá jogos no fim de semana. A Associação Uruguaia de Futebol (AUF) declarou luto até domingo, incluindo nesse período a suspensão de todas as suas atividades competitivas.
Figuras como Luis Suárez, ex-jogador do Nacional, e ex-jogadores da seleção uruguaia, como Diego Forlán, entre outros tantos nomes do futebol, despediram-se nas suas redes sociais de Negrón, como Izquierdo era carinhosamente chamado.
"Um dia triste para o futebol", escreveu o São Paulo na sua conta no Twitter/X, ao enviar "condolências aos familiares, amigos, colegas de trabalho, adeptos do Nacional e a todo o povo uruguaio neste momento de dor".
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, também lamentou "o trágico falecimento" de Izquierdo e prestou condolências aos familiares do jogador "e a todos" na Confederação Sul-Americana de Futebol. A Conmebol declarou três dias de luto.
Muito querido pelos companheiros, comissões técnicas e dirigentes ao longo da sua carreira, Izquierdo começou em 2017 no Club Atlético Cerro de Montevideu, depois jogou no Peñarol, no Atlético San Luis do México e, de volta ao Uruguai, passou por Montevideu Wanderers, Nacional e Liverpool, antes de voltar ao Bolso em janeiro deste ano.
O seu desmaio na quinta-feira passada, durante o confronto com o São Paulo pela Libertadores silenciou o estádio do Morumbi, que viu atónito como o jogador foi retirado do campo de ambulância, no meio do desespero dos restantes atletas.
Depois de cinco dias internado, Izquierdo não resistiu.