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Fábio Cecílio lança Mundial de Futsal em exclusivo: "É a maior competição das nossas carreiras"

Hugo Filipe Martins
Fábio Cecílio é um dos convocados de Portugal para o Mundial de Futsal
Fábio Cecílio é um dos convocados de Portugal para o Mundial de FutsalFPF, Flashscore
Portugal vai defender o título mundial de futsal nos meses de setembro e outubro, no Uzbequistão, onde vai ser disputado o Mundial de Futsal de 2024. 127 vezes internacional por Portugal, Fábio Cecílio, jogador do SC Braga, faz parte dos convocados do selecionador Jorge Braz para a fase final da competição que Portugal conquistou em 2021 e, em entrevista ao Flashscore, faz a antevisão da prova que, para Portugal, começa esta segunda-feira.

A seleção portuguesa assistiu de fora ao arranque do Mundial de futsal, mas o começo da semana marca também o arranque da prova para Portugal, atual campeão do mundo de futsal, que terá pela frente, no grupo E, as seleções do Panamá, Tajiquistão e Marrocos.

Fábio Cecílio marca presença nesta competição pela terceira vez na carreira e chega ao Uzbequistão depois de uma época marcante no SC Braga, onde ajudou a equipa de Joel Rocha a conquistar a Taça de Portugal, o primeiro troféu da história do clube na modalidade.

Um dos mais experientes da equipa às ordens de Jorge Braz, o jogador de 31 anos, natural de Barcos, em Tabuaço, faz, em exclusivo ao Flashscore, a antevisão à competição e transmite o estado de espírito da seleção nacional portuguesa.

Fábio Cecílio prepara estreia no Mundial
Fábio Cecílio prepara estreia no MundialFPF

- Como sentes que está a equipa portuguesa?

- Confiante, preparada, está mortinha que comece o Campeonato do Mundo. Acima de tudo, estmaos felizes e muito bem preparados para o que aí vem.

- 2024 foi preenchido apenas por jogos amigáveis para a seleção. Pode pesar para os jogos a doer?

- Todos os jogos são difíceis. Sabemos que vamos apanhar seleções muito fortes, o que interessa é o nosso processo, preparámo-nos bem para chegar aos jogos e sair com a vitória. Esse é o primeiro objetivo.

- Foi uma boa preparação, mas os últimos resultados levantaram algumas sobrancelhas. Há alguma explicação para os resultados com o Paraguai e com a Ucrânia, dois países que também vão estar no Mundial. Sendo amigáveis, são resultados que preocupam?

- São jogos de preparação, queremos sempre ganhar, sabíamos que íamos ter duelos fortes, íamos apanhar seleções muito competitivas e isso acaba por ser bom. São equipas que também querem ganhar. Serve para crescer e lapidar coisas onde ainda não estamos tão bem e temos de aperfeiçoar. Temos de ter mais foco no nosso processo para tudo correr da melhor forma.

Portugal terminou preparação com resultados negativos
Portugal terminou preparação com resultados negativosFPF

- Esses resultados geraram alguma conversa especial do selecionador, também para efetuar algumas correções antes do Mundial?

- Quando os jogos não correm tão bem, temos de corrigir certas coisas. Nos dois jogos com o Paraguai e mesmo com a Ucrânia, o que faltou foi a parte da finalização. Acho que foi onde pecámos mais. Temos de ver o contexto global. Fizemos bons jogos, servem de preparação e para nós melhorarmos.

- A lista de convocados tem um misto de jogadores experientes, como é o teu caso, e alguns da nova geração, como o Zicky. Que grupo é este que Portugal vai levar ao Uzbequistão?

- Acima de tudo é um grupo com experiência, há gente que anda nisto há mais anos, e miúdos jovens e irreverentes, que faz parte do nosso grupo de trabalho. Faz-me lembrar há alguns anos. Vêm trazer qualidade e são uma opção.

- Já foste desses miúdos e agora apareces num papel de jogador mais experiente. Como é lidar com esta geração?

- Acima de tudo é aprendermos uns com os outros. Não sabemos tudo e o que fica é a aprendizagem e saber estar, que é sempre preponderante.

Portugal arranca prova frente ao Panamá
Portugal arranca prova frente ao PanamáFlashscore

- Durante a temporada não há muito tempo para conviver com estes jogadores. Como têm sido estes estágios pré-Mundial?

- É conviver com pessoas que não estamos habituados a lidar todos os dias. Em contexto de trabalho, conhecermo-nos uns aos outros. Não jogamos o ano todo e estes momentos servem para isto, para nos adaptarmos e estarmos equilibrados uns com os outros.

- A nível pessoal, vai ser o terceiro Mundial em que participas. Como é participar num torneio onde estão os melhores países do mundo de futsal?

- É uma competição em que qualquer jogador gosta de estar. É a maior competição das nossas carreiras e fico muito feliz e honrado por estar em mais uma edição do Campeonato do Mundo e daqui a uns anos espero ainda aqui estar.

- De 2016 para 2024, que tipo de evolução notas no futsal a nível Mundial? Há países novos a aparecer.

- As seleções estão cada vez melhor preparadas, o atleta está a preparar-se cada vez melhor e isso significa que as seleções acabam por aprender a melhorar nesse aspeto, nutrição, performance. Hoje em dia não há seleções fáceis e, no Mundial, vamos encontrar seleções que vão complicar-nos a vida de certeza.

Fábio Cecílio tem 127 internacionalizações por Portugal
Fábio Cecílio tem 127 internacionalizações por PortugalFPF

- E a nível nacional, que diferenças encontras?

- Vêm muito melhor preparados. Entram nas seleções sub-15, sub-17, sub-19, sub-21, e a Federação tem tido um bom papel nisso, estes miúdos que chegam a clubes da Liga Placard chegam melhor preparados e isso tem um impacto muito grande.

- Olhando para o Mundial-2021, como foi viver essa conquista histórica?

- Foi uma conquista muito importante para Portugal, acho que já merecíamos isso, pelo facto do crescimento dos clubes, da própria Liga. Isso deixou o jogador português mais qualificado para atingir estes patamares. Acima de tudo, felicidade. Essa é a palavra certa.

- Os últimos anos foram uma espécie de anos dourados. Se tivesses de encontrar uma espécie de ingrediente secreto para esta receita de sucesso, o que achas que foi fundamental?

- Acho que a palavra certa é trabalho. Trabalho em tudo, não só no atleta, mas na parte da Federação, dos clubes, eles tiveram um papel muito importante neste crescimento e nestas conquistas.

- Estas conquistas contribuíram também para o interesse ou elevar do nível do futsal em Portugal? Ou já era uma coisa que tinha vindo a surgir gradualmente?

- Não é uma pergunta fácil, mas é vermos no global o crescimento que o futsal teve em Portugal. Vejo muito por aí. A Liga tornou-se profissional, da primeira à última equipa, e torna-se um futsal mais atrativo e a partir daí viu-se o crescimento. As nossas equipas estão lá fora a disputar troféus internacionais. Tendo algumas equipas lá fora a competir por essas competições, diz tudo. Tem a ver com o crescimento que o futsal tem tido nos últimos anos.

Fábio Cecílio vai participar no terceiro Mundial da carreira
Fábio Cecílio vai participar no terceiro Mundial da carreiraFPF, Opta by Stats Perform

- Portugal é um país respeitado lá fora a nível de futsal. Olhando para o Mundial, por ser atual campeão do mundo, Portugal é um dos candidatos à conquista ou o favorito a vencer?

- Qualquer equipa pode ganhar o Mundial. As pessoas acabam por colocar favoritos, mas vejo muito jogo a jogo. Se não passarmos a fase de grupo, não vamos aos oitavos. Isso diz muito da competição e do que acham de nós. O nosso foco é o dia-a-dia e prepararmo-nos bem para os três jogos que vamos ter.

- A questão dos emparelhamentos também tem influência no que pode ser a caminhada das seleções. Não falando de Portugal, que outras seleções achas que podem rivalizar com a portuguesa? Quem pode surpreender neste Mundial?

- Todas. Se estão lá, são as melhores. Todos sabemos que a Espanha é uma potência, o Brasil e a Argentina também. As seleções preparam-se cada vez melhor e sabemos que não vamos ter a vida fácil.

- Voltando a ti, tens 31 anos, és de Barcos, Tabuaço. Alguma vez te imaginaste a preparares-te para participar no terceiro Mundial da carreira, com mais de 100 internacionalizações por Portugal e já com 300 jogos na primeira divisão de futsal?

- Não, se dissesse que sim estava a ser mentiroso. Isso foi acontecendo, pelo meu crescimento, o meu foco e trabalho que tive nestes anos todos. Estou aqui por mérito meu e espero continuar mais algum tempo e ajudar a seleção portuguesa.

- Já no Mundial-2024?

- Já no Mundial-2024.