Mundial de futsal: Espanha segura liderança do grupo (0-8), Angola despede-se com derrota (5-9)
Angola 5-9 Argentina
“Mesmo quando algumas pessoas desconfiam do que estamos cá a fazer, é deixá-los jogar e desfrutar. Os jogadores estão tranquilos comigo, porque sabem que tudo o que correr mal é culpa do mister, por isso estão à vontade para jogar, competir e dar este espetáculo. Apesar da diferença de golos, acho que deixámos uma excelente imagem. Foi em crescendo e é pena não haver mais jogos, porque acredito que, no próximo, se calhar, conseguiríamos esses três pontos”, expressou o selecionador, Marcos Antunes.
No final da partida, na zona mista da Humo Arena, em Tashkent, o treinador português salientou que, a nível qualitativo, o balanço é positivo, embora os objetivos delineados não tenham sido alcançados, após dois desaires com Afeganistão (6-4) e Ucrânia (7-2).
“Tinha uma expectativa mais alta do que poderíamos fazer, mas o que fica sempre é a última imagem e o que podemos fazer no futuro. Há um trabalho muito grande a fazer agora em Angola, sobretudo reorganizar as provas e trazer mais provas e mais miúdos para esta modalidade. Isso é um trabalho de nação que temos de continuar a fazer e a continuar a espalhar o nome de Angola, porque hoje foi claro que toda a gente no mundo já conhece Angola no futsal”, expressou ainda o português, de 48 anos.
A entrada face à vice-campeã mundial foi personalizada, com dois golos nos primeiros dois minutos numa surpresa total, estando a vencer por 2-0 e 3-1, antes da reação sul-americana, com Marcos Antunes a apontar como objetivo ser uma referência africana.
“Até 2028, é enigmático o que será feito deste projeto e quem estará à frente, mas as bases estão lançadas, já há uma sustentabilidade forte e é inegável o reconhecimento internacional. Não tivemos vitórias, mas o nome de Angola percorre todo o mundo. O pavilhão esteve a gritar por Angola, porque temos um jogo apaixonante. Não adianta estarmos a preconizar grandes futuros se não olharmos para a parte continental. Nós temos o objetivo de ser os melhores de África. Depois, é sonhar com o resto”, realçou.
Este foi o segundo Mundial consecutivo da seleção angolana de futsal, continuando à procura de um primeiro triunfo histórico, depois da participação na Lituânia também se ter resumido a três desaires contra o Japão (8-4), o Paraguai (4-1) e a Espanha (4-1).
Líbia 0-8 Espanha
O duelo entre Espanha e Cazaquistão que abriu o grupo D terminou com um empate e adiou a decisão do líder do grupo D, que acabou por ser definida este sábado graças ao número de golos marcados.
O Cazaquistão partia em desvantagem e goleou a Nova Zelândia por claros 10-0, com Arnold Knaub a fazer cinco golos, mas precisava que a Espanha não marcasse oito ou mais golos. Curiosamente, foi exatamente isso que aconteceu.
A seleção espanhola venceu a Líbia por 0-8, com golos de Miguel Mellado (8', 15' e 27'), Adolfo Fernández (9'), Catela (19'), Francisco Cortés (14' e 28') e Jesús Gordillo (28') e vai defrontar um dos terceiros melhores classificados dos outros grupos.
Cazaquistão 10-0 Nova Zelândia
A turma orientada pelo brasileiro Kaká fez o seu trabalho e goleou a Nova Zelândia por 10-0, mas o resultado foi insuficiente, face ao expressivo triunfo de Espanha, diante da Líbia, por 8-0, que bastou para segurar a liderança, por apenas um tento de diferença.
“Realmente ficámos a um golo, mas acho que não foi bem isso, ficámos sim distantes do nosso potencial. Temos potencial para fazer mais golos e faltou-nos um porque não aproveitámos o potencial que temos. Vamos ver contra quem vamos jogar. Portugal, o campeão do mundo, ou Marrocos, seleção que toda a gente coloca como favorita para ganhar o Mundial também. São duas equipas que atacam muito bem, então vamo-nos preparar”, disse o selecionador, na zona mista, depois do final do jogo, na Humo Arena.
O Cazaquistão perdeu ainda um jogador fulcral para essa partida dos oitavos de final, com a expulsão de Léo Jaraguá a causar uma nova ausência forçada no grupo cazaque.
“O Léo é uma baixa de peso para qualquer equipa. É um dos melhores do mundo, mas temos de jogar e ser fortes com o que temos”, garantiu também o treinador brasileiro.
Kaká chegou a ser fortemente associado para ocupar o cargo de treinador do Benfica, que entretanto oficializou na sexta-feira o compatriota Cassiano Klein, o que o deixou com “muito orgulho”, revelando que gostaria de trabalhar no campeonato português.
“Ter o meu nome sondado por uma equipa de Portugal, ainda mais uma grande equipa como o Benfica, é um motivo de muito orgulho. Hoje tem o Cassiano, desejo-lhe muita sorte, mas o Benfica é uma equipa que qualquer treinador tem interesse em trabalhar e querer fazer parte dessa estrutura. Espero um dia poder trabalhar em Portugal, algo que quero muito. Foi realmente um motivo de muito orgulho”, considerou o treinador.
O Cazaquistão será o adversário de Portugal em caso de vitória ou empate dos lusos no duelo da terceira jornada do Grupo E frente a Marrocos, que se realiza no domingo, às 13:30 (horas em Lisboa), na Humo Arena, em Tashkent. Caso saia derrotada, a formação das quinas termina no segundo posto e enfrenta o vencedor do Grupo F (Irão ou França).