Leão sai do topo: Sporting não vai além do empate com o Rio Ave
Recorde as principais incidências
No lançamento de um jogo de futebol, não é assim tão habitual discutir meteorologia, mas a verdade é que foi esse o tema que dominou as conferências de imprensa de Rúben Amorim e Luís Freire antes do jogo. Faria chuva, estaria vento? Como ficaria o relvado? O plano dos treinadores iria depender das respostas a estas perguntas.
Depois de constantes atualizações no site do IPMA, a resposta foi obtida no local, embora variasse consoante a fase da partida.
Começou escorrido e sem vento, o que nem é assim tão habitual em Vila do Conde. Sabendo disso, Luís Freire e os seus jogadores quiseram jogar a sabor do vento, na eventualidade que as condições climatérias mudassem. Antes que o temporal assolasse Vila do Conde, o que acabou mesmo por acontecer, mas apenas por poucos minutos, já o jogo era diferente.
Sem Adrien Silva, de um lado, e sem Eduardo Quaresma, do outro, ainda as equipas tentavam perceber como estariam os ventos da partida e já o Rio Ave se adiantava no marcador. O passe de Fábio Ronaldo é bom, mas não sobressai perante o trabalho de Umaro Embaló sobre Geny Catamo, com o remate de pé direito a terminar apenas no fundo da baliza de Adán (3 minutos).
Os sinais não pareciam favoráveis ao Sporting. Além do golo sofrido ao primeiro remate da partida, os leões viram a chuva e o vento aparecer praticamente no mesmo instante, como se os deuses do futebol estivessem chateados com a forma como o Sporting entrou em campo.
As pazes foram feitas minutos mais tarde, porque também o Sporting marcou ao primeiro remate. Hjulmand subiu no terreno e, de primeira, respondeu ao golo de Embaló com o empate de fora da área (8 minutos).
E assim, num ápice, dois golos, chuva e vento. 10 minutos e a agitação mostrava o que nos podia dar este duelo entre Rio Ave e Sporting.
O conjunto de Luís Freire não abanou com o golo, embora a maior iniciativa fosse leonina. Gyökeres tinha a mira apontada na baliza de Jhonatan e no golo 100 do Sporting esta temporada, mas tanto ele como Trincão acabariam por acertar no guarda-redes vila-condense.
O extremo internacional português esteve novamente em destaque, quando tentou um remate na pequena área para um corte arriscado de Miguel Nóbrega. Pediu-se penálti, que não foi assinalado, mas a pior notícia para os leões, e para Trincão, a viver a melhor fase da época, foi mesmo a lesão do esquerdino, que ainda tentou continuar, mas teve mesmo de ser substituído por Edwards.
Entretanto, o Rio Ave foi aparecendo. Entre os pingos da chuva (não literais, uma vez que o tempo já há muito estava seco), Embaló não aproveitou uma falha monumental de Adán (30 minutos) e Fábio Ronaldo (36 minutos) acertou no poste da baliza do guarda-redes espanhol.
Avisos mais do que suficientes para acordar o leão. Gyökeres, sempre atento, apanhou Amine a dormir e aproveitou o falhanço do médio do Rio Ave para bater Jhonatan (44 minutos). Como que a saber o destino daquela bola, o médio vila-condense já tinha colocado as mãos no rosto antes do remate do sueco.
Para o Sporting, podia ter sido um final de primeira parte bem melhor do que o arranque, mas um erro de Nuno Santos resultou num penálti sobre Costinha, convertido por Aziz (45'+4) para, ao apito para os balneários, deixar tudo na mesma. Resultado empatado, tempo seco e vento calmo à espera de uma segunda parte que virou uma verdadeira tempestade.
Chuva de emoção
Mesmo quando tentamos cortar fatias de pizza para dividir por quatro, não há partes iguais. Também foi assim em Vila do Conde, onde a chuva deu tréguas definitivas, mas Rio Ave e Sporting continuaram num clima de conflito (competitivo, claro).
A postura da equipa de Luís Freire na segunda parte foi diferente. Com mais vontade de ganhar do que com medo de perder, o Rio Ave subiu a linha de pressão e deu espaço nas costas para os ataques de Gyökeres à profundidade. O sueco ainda tentou aproveitar logo nos primeiros minutos, mas não teve companhia.
Tudo explicado pela forma como o Rio Ave pressionou, que obrigou o Sporting a construir mais atrás e a sentir dificuldades para ligar com os homens da frente - Edwards entrou para o lugar do lesionado Trincão, mas não trouxe nada ao jogo.
O mérito da estratégia de Luís Freire fez ainda mais sentido quando Adán teve uma saída péssima da baliza para fazer um penálti que ninguém, a não ser Aziz, esperava. O nigeriano (66 minutos) bisou de grande penalidade e deixou os adeptos sportinguistas à espera do tal plano B que Rúben Amorim disse ter.
A verdade é que aquela pressão intensa do Rio Ave passou fatura. Desgastados, os jogadores vila-condenses precisavam de mais tempo para recuperar e foi numa desconcentração na sequência de um lançamento de linha lateral que deixaram fugir o tal plano B na grande área de Jhonatan. De cabeça, Coates trouxe throwbacks de 2020/21 (73 minutos).
Sem ser avassalador, só o Sporting tentou chegar novamente à vantagem. Edwards e Pedro Gonçalves remataram por cima, Pantalon foi expulso depois de uma entrada sobre Gyökeres, mas o resultado não se alterou.
Homem do jogo Flashscore: Miguel Nóbrega (Rio Ave)