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Ganhar é o maior objetivo de Ruben Guerreiro

LUSA
Ruben Guerreiro com as cores da Movistar
Ruben Guerreiro com as cores da MovistarProfimedia
 Muito mudou na vida de Ruben Guerreiro desde que assinou pela Movistar, com o ciclista português a mostrar-se ambicioso para uma época em que só pensa em ganhar e não exclui lutar por um top 10 no Tour.

Terceiro classificado no Gran Camiño, que terminou no domingo, em Santiago de Compostela, com o triunfo avassalador de Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma), Ruben Guerreiro falou à agência Lusa do novo fôlego da sua carreira, menos de um mês depois de ter conquistado a Volta à Arábia Saudita, a sua primeira corrida com as cores da equipa espanhola.

“Já o último ano da EF Education-EasyPost foi muito importante para mim, também me ajudaram bastante, não só como ciclista, mas também com valores essenciais na vida e praticante deste desporto ao mais alto nível. E na Movistar, sobretudo, encontrei uma equipa e um manager, que é o Eusebio Unzué, que acreditou em mim como ninguém. Nem eu acreditava tanto em mim”, confessou.

O ciclista de Pegões Velhos (Montijo), de 28 anos, trocou a formação norte-americana, que representava desde 2020, pela espanhola, um ano antes do final do contrato, mas garante que saiu sem mágoas da EF Education-EasyPost.

Tive diretores espetaculares, o Jonathan Vaughters, o manager, também… eles têm as suas ideias, um pouco à americana, mas deram-me sempre oportunidade, sempre me trataram bem. Tive vitórias bonitas, ganhei uma camisola numa grande Volta, uma etapa, outra corrida como o Mont Ventoux Dénivelé Challenge, fiz top 10 em corridas de WorldTour. Realmente, isso não era possível sem a ajuda deles”, reconheceu.

Apesar da gratidão que sente pela sua antiga equipa, o instinto e a maneira de ser do rei da montanha do Giro-2020, edição em que venceu uma etapa, diziam-lhe “que podia ainda crescer mais”, até porque “numa ou outra corrida”, em que foi “terceiro ou quarto”, “se calhar podia ter ganho” se tivessem apostado em si.

Tinha um contrato até 2024 e eles facilitaram-me a saída, porque neste caso a UCI (União Ciclista Internacional) defende sempre os direitos das equipas. E na EF Education-EasyPost foram amigos. Sem uma boa relação, nada disto era possível. Entenderam o meu ponto de vista e deixaram-me seguir viagem”, notou.

Muito se falou sobre alegadas propostas de outras equipas, mas, segundo o vencedor da Volta a Portugal do futuro (2014) e campeão nacional de fundo de 2017, foi sempre a Movistar aquela que mostrou mais interesse, até porque procurava “alguém capaz de estar com o Enric Mas na montanha”.

Mesmo com a idade que tinha, viam em mim progressão e acho que foi a melhor decisão”, disse, reiterando que, “no fundo, era uma ambição um dia ser ciclista da Movistar”, pelos “grandes campeões” que aí viu correr, como Alejandro Valverde ou os portugueses Nelson Oliveira e Rui Costa, e por ser uma equipa “ganhadora”, com uma mentalidade mais próxima da portuguesa.

Agora, Guerreiro quer retribuir a confiança depositada em si pelos responsáveis da formação espanhola com aquilo que mais espera fazer esta temporada: ganhar.

Eu treino para ganhar, ganhar algo. Eu acho que somos sempre recompensados quando trabalhamos arduamente e o fazemos bem, não é? Tenho sempre a esperança e tenho a motivação de que, com o trabalho duro, algo bom ou grande irá acontecer. Eu não ponho muitas expectativas, porque sempre, desde sub-23 e até há um ano, tive muitos infortúnios, nunca tive um crescimento equilibrado, por isto ou por aquilo, nunca consegui uma progressão normal”, lembrou.

Ainda assim, não esconde que, apesar de estar a descobrir-se enquanto ciclista, é nas grandes Voltas que se sente bem, quer física, quer mentalmente.

Gostava de lutar por uma grande Volta, nunca se sabe”, admitiu, antes de retificar: “lutar, digamos, por etapas, alguma camisola. (…) Continuar a crescer como ciclista, ajudar sobretudo o Enric este ano, mas, um dia, se tiver a oportunidade de estar, quem sabe, a lutar pelo top 10…”.

A seu favor, acredita, está o ciclismo atual, no qual predominam os ciclistas atacantes e em que se dão muitas reviravoltas.

“Se tudo correr bem, vou ao Tour, com a ideia do Enric fazer pódio, sem pensar em mim. Depois, com o desenrolar da corrida, vamos ter que usar mais cartas e, mesmo o Enric consolidando o pódio, eu e outros ciclistas vamos ter oportunidades de lutar por etapas e quem sabe, meter-me no top 10 juntamente com o Enric”, previu.