Gianni Infantino: "Lição de moral" dos críticos "é apenas hipocrisia"
A preparação do torneio tem sido dominada por preocupações sobre o tratamento dado pelo Catar aos trabalhadores migrantes, às mulheres e à comunidade LGBTQ, perante o visível incómodo dos organizadores.
Os dirigentes do Catar dizem que o seu país tem sido alvo de "racismo" e "dois pesos e duas medidas" e apontam para as reformas nas condições de trabalho e segurança que têm sido aclamadas como inovadoras na região.
Em conferência de imprensa, Infantino teceu duras palavras para os críticos do Catar. "Essa lição de moral - unilateral - é apenas hipocrisia", disse o suíço. "Não quero dar nenhuma lição de vida, mas o que está a acontecer aqui é profundamente, profundamente injusto". E acrescentou: "Pelo que nós, europeus, temos feito nos últimos 3.000 anos, devemos desculpar-nos nos próximos 3.000 anos antes de começar a dar lições de moral às pessoas".
Infantino também expressou o seu apoio às comunidades marginalizadas. "Hoje sinto-me catari, hoje sinto-me árabe, hoje sinto-me africano, hoje sinto-me gay, hoje sinto-me deficiente, hoje sinto-me um trabalhador migrante".
"Uma pessoa sobreviverá se não conseguir beber uma cerveja"
Outra questão que tem dominado o torneio é a venda de cerveja no estado islâmico, o que restringe severamente o consumo de álcool. Na sexta-feira, os organizadores fizeram uma reviravolta dramática, proibindo a venda de cerveja nos estádios apenas 48 horas antes do pontapé de saída.
O presidente da FIFA não deu qualquer razão para a decisão surpresa, mas os meios de comunicação social afirmaram ter havido uma intervenção da família real do Catar. "Acho que, pessoalmente, uma pessoa sobreviverá se não conseguir beber uma cerveja durante três horas por dia", disse, acrescentando que "o mesmo se aplica em França, Espanha, Escócia".