Depois do bloqueio mental de há três anos em Tóquio, Biles aterrou na capital francesa com o objetivo de voltar a ser a rainha indiscutível da ginástica e, na imponente Arena de Bercy, venceu a prova individual de solo, dois dias depois de ter levado os Estados Unidos à conquista do ouro por equipas.
Com outros grandes nomes do desporto como testemunhas (Zinedine Zidane, Tony Parker e Stephen Curry), a ginasta mais condecorada da história (seis ouros olímpicos e 23 títulos mundiais) tornou-se a primeira a vencer a prova individual em duas edições não consecutivas (Rio-2016 e Paris-2024).
Em busca de Latynina
Como era de esperar, apenas a brasileira Rebeca Andrade a desafiou, que estava na frente no final da terceira rotação e acabou por repetir a prata de Tóquio.
Biles ainda tem as finais individuais no solo, no salto e na trave de equilíbrio para continuar a somar ouros em Paris, assim como Andrade, que, depois de levar o Brasil ao bronze por equipas, também vai competir em todos os aparelhos, exceto nas barras, tal como a americana.
A atleta de 27 anos, nascida em Ohio, pode igualar a soviética Laryssa Latynina como a mulher com mais ouros olímpicos (9). Ela já ultrapassou outra lenda da modalidade, a romena Nadia Comaneci (5).
Na nova pista roxa do Stade de France, velocistas como a americana Sha'Carri Richardson e a jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce competem esta sexta-feira e disputarão o título de rainha do sprint, embora a nova campeã dos 100 metros tenha de esperar até sábado, dia da final.
14 de julho - mas em agosto
Esta sexta-feira, está prevista apenas uma final no atletismo, os 10.000 metros masculinos.
O feriado em França é a 14 de julho, mas este ano poderá ser um pouco mais tarde, a 2 de agosto: dois dos ídolos desportivos franceses poderão fazer história neste dia.
Três anos após a sua derrota em Tóquio, o judoca Teddy Riner, que, juntamente com a antiga atleta Marie-Jose Perec, teve a honra de acender o caldeirão olímpico no dia 26 de julho, na cerimónia de abertura dos Jogos, vai procurar o seu terceiro ouro individual (depois de 2012 e 2016), o que o tornaria definitivamente o melhor da história na sua disciplina.
E o prodígio da natação Léon Marchand vai lutar pelo seu quarto ouro individual, nos 200 metros livres, depois de já ter conquistado os ouros nos 400 livres, 200 mariposa e 200 bruços.
O nadador de Toulouse sairá de Paris-2024 com o rótulo de superestrela da natação.
A noite também promete fortes emoções com as finais dos 50m livres masculinos e dos 200m costas feminino.
A desforra do Catar?
Depois de um dia sem futebol, o futebol volta a estar no centro das atenções com os quartos de final do torneio masculino, incluindo o jogo França-Argentina, que para os franceses será uma espécie de vingança pela final perdida no Campeonato do Mundo de 2022 no Catar.
O destino juntou duas equipas com relações diplomáticas azedas, que se defrontarão em Bordéus (18:00) num ambiente tenso desde que os argentinos celebraram o recente triunfo na Copa América, com um cântico considerado racista em França.
A Espanha, uma das principais favoritas ao ouro, defronta o Japão, o Paraguai o Egito e Marrocos os Estados Unidos.
No ténis, os dois principais favoritos, Carlos Alcaraz e Novak Djokovic, vão tentar chegar à final contra Felix Auger-Aliassime e Lorenzo Musetti, respetivamente, enquanto o número 1 Iga Swiatek está relegada para a luta pelo bronze, depois de ter perdido com o chinês Qinwen Zheng no dia anterior.
No surf, após a suspensão das condições climatéricas na terça e quarta-feira, a competição recomeçou na quinta-feira com a estrela brasileira Gabriel Medina, entre outros, a avançar para as meias-finais.