A ginasta de 25 anos ajudou o seu país a conquistar a primeira medalha olímpica por equipas, um bronze, e somou ainda as medalhas de prata individuais no all-around e no salto e uma medalha de ouro no exercício de solo, à frente da favorita Simone Biles.
"Eu queria muito uma medalha de ouro. Estava a lutar muito para que isso acontecesse", disse Andrade aos jornalistas na quarta-feira: "Eu queria muito fazer o hino nacional brasileiro tocar mais uma vez nuns Jogos Olímpicos. Fiquei muito orgulhosa de mim mesma, não foi fácil."
Depois de vencer Biles no solo por uma margem muito pequena, Biles e a sua colega de equipa Jordan Chiles fizeram uma vénia a Andrade no pódio das medalhas, um momento que a brasileira guarda com carinho.
"A parte mais importante (da competição) é o apoio que damos umas às outras, o quanto queremos que a outra pessoa se saia bem, cresça e seja o centro das atenções. E isso foi sensacional, senti-me muito bem", disse ela.
Andrade, Biles e Chiles formaram o primeiro pódio só de mulheres negras na história da ginástica olímpica, o que trouxe um sentimento de orgulho para as atletas.
"Ser uma mulher negra no Brasil é algo de que me orgulho muito, e acho que as pessoas também se orgulham disso, independentemente dos meus resultados. Nunca tive um momento mau no desporto em relação à minha cor, mas os meus irmãos passaram por isso, e acho que isso dói ainda mais do que se tivesse acontecido comigo", desabafou.
A seis vezes medalhada olímpica atribui à sua forte ligação familiar o facto de a ter moldado na ginasta e na pessoa em que se tornou.
"Tenho toda a minha família como o meu maior ponto de referência na vida, como ser humano e por tudo o que sou hoje", disse ela: "Portanto, é isso. Temos de elevar a fasquia e estar lá e as pessoas vão ver que estamos lá."
Andrade está satisfeita com o aumento do financiamento e do apoio aos atletas do Brasil.
"Estou muito feliz que mais pessoas estão a ser ajudadas", assumiu: "Eles vão poder mostrar a sua capacidade nos seus desportos e vão continuar a iluminar as nossas vidas, as nossas televisões e as vossas também."