“Adoro o meu trabalho negro”, escreveu Biles na rede social X, ao comentar uma mensagem do cantor Ricky Davila em que definia o ginasta como ‘GOAT’ (a maior de todos os tempos) e afirmava que “ganhar medalhas de ouro e dominar a ginástica é o seu trabalho negro”.
A mensagem de Biles, que se sagrou bicampeã olímpica na quinta-feira como as lendárias Larysa Latynina e Vera Caslavska, teve um impacto particular nos Estados Unidos, onde muitos a interpretam como uma resposta a algumas declarações polémicas do ex-presidente Donald Trump.
O candidato republicano às presidenciais de novembro tinha referido, no debate de 27 de junho contra o então candidato democrata e atual Presidente Joe Biden, que os imigrantes que chegam aos Estados Unidos estão a aceitar o que definiu como “empregos negros”.
Na passada quarta-feira, numa intervenção perante a Associação Nacional de Jornalistas Negros (NABJ), em Chicago, Trump foi convidado a esclarecer as suas declarações e o candidato republicano respondeu que “um emprego negro é qualquer pessoa que tenha um emprego”.
Biles repetiu o ouro do all-around individual que tinha conquistado no Rio2016 e que já soma nove medalhas olímpicas, seis delas de ouro.
Na Arena Bercy, Simone Biles totalizou 59,131, terminando o all-around à frente da brasileira Rebeca Andrade (57,932), que repetiu a prata conseguida em Tóquio-2020, e da sua compatriota Sunisa Lee (56,465), que defendia o título olímpico, com a portuguesa Filipa Martins a terminar na 20.ª posição.
Há três anos, em Tóquio-2020, Biles abdicou de várias provas por razões de saúde mental, trazendo o tema para a discussão, numa luta que considerou tão difícil e talvez até pior do que qualquer lesão física.