Após uma sessão de treino em Valhalla para o 106.º PGA Championship, que começa na quinta-feira, 16 de maio, Woods descreveu em pormenor o estado das conversações, quase um ano depois de ter sido anunciado um acordo-quadro de fusão entre o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF) e o PGA Tour.
"Os adeptos estão provavelmente tão cansados como nós pelas conversas não serem sobre golfe ou jogadores. Os fãs só querem ver-nos jogar juntos. A forma como lá chegaremos ainda está por determinar. Fizemos alguns progressos, certamente, mas ainda há um longo caminho a percorrer", apontou.
Woods, vencedor de 15 majors, é membro do subcomité de transações do PGA Tour Policy Board encarregado de negociar um acordo.
"Estamos a trabalhar nas negociações com a PIF. Estão a decorrer. São fluidas. Mudam de dia para dia.Tem havido progressos? Sim. Mas é uma negociação em curso, por isso temos muito trabalho pela frente neste processo. Estamos a dar passos. Podem não ser passos gigantes, mas estamos a dá-los", disse Woods.
Esta atualização chegou um dia depois de Jimmy Dunne se ter demitido do Conselho de Política da PGA, com vários relatórios a dizerem que o empresário estava descontente com o ritmo lento das conversações, que já ultrapassaram e muito o prazo de dezembro passado.
Dunne ajudou a criar um polémico acordo-quadro de fusão revelado em 6 de junho passado entre o PIF e o PGA Tour, um anúncio que surpreendeu a maioria dos jogadores e uma mudança repentina de opinião do comissário da PGA Jay Monahan, que os pressionou a rejeitar o LIV para, aparentemente, menos de três semanas depois ter acenado a bandeira branca, após a vitória de Brooks Koepka, do LIV, no Campeonato PGA de 2023.
"Jimmy, pela quantidade de trabalho e dedicação que ele colocou no conselho e no PGA Tour, tem sido incrível. Foi um pouco surpreendente que se tenha demitido", prosseguiu.
Numa carta de demissão obtida pela Sports Illustrated, Dunne afirmou que, uma vez que os jogadores estão em maioria na direção e "não foi feito qualquer progresso significativo no sentido de uma transação com o PIF, sinto que o meu voto e o meu papel são totalmente supérfluos".
Dunne referiu-se às divisões entre o que os jogadores do PGA querem para os jogadores do LIV que tentam regressar, dizendo: "É crucial que o conselho evite que as diferenças de ontem interfiram nas decisões de hoje".
Woods disse que as opiniões divergentes sobre o futuro do golfe são o fará o desporto evoluir.
"Temos discussões e discordâncias, mas queremos fazer o que é melhor para todos no golfe e no circuito .Sem esse tipo de conflito, não haverá progresso", vincou.
Isso inclui as diferenças entre Tiger Woods e Rory McIlroy, que também faz parte do subcomité de negociações.
"É bom ver as coisas de forma diferente, mas, coletivamente, queremos ver o que é melhor para todos os jogadores, para os adeptos e para o estado do golfe. A forma como lá chegaremos está por determinar, mas o facto de estarmos juntos nesta luta para tornar o golfe melhor é o que importa".
Preocupante
O golfe continua a ser um desporto fraturado, com as principais estrelas do LIV e do PGA a juntarem-se apenas nos majors e com as audiências televisivas a caírem nos eventos Masters e PGA.
"Se passarmos muito tempo na Internet, dá a sensação de que o golfe profissional está a desmoronar-se. Quando estamos nos campos, nos eventos, é inacreditável. Não parece que esteja a morrer", disse Max Homa, nono classificado.
"Deve ser cansativo ser um golfista casual. É preocupante. Não gosto do rumo que está a tomar. Os adeptos não deviam saber quem está no conselho. Isso parece-me bastante óbvio, por isso esse seria o objetivo para o futuro", prosseguiu.
Homa quer que os melhores jogadores de golfe se reúnam.
"Espero que possamos voltar a entreter as pessoas em breve. Temos muitas coisas para fazer aqui, mas espero que em algum momento todos possam encontrar o enredo novamente", finalizou.