Governo ucraniano acusa Comité Olímpico Internacional de promover a guerra
"O COI é um promotor da guerra, da morte e da destruição. O COI assiste, alegremente, à Rússia destruição da Ucrânia pela Rússia e, depois, oferece à Rússia uma plataforma para promover o genocídio" dos ucranianos, escreveu Mykhailo Podolyak, assessor da Presidência da Ucrânia, na rede social Twitter.
Na quarta-feira, o COI admitiu a reintegração de desportistas russos e bielorrussos em competições internacionais, apesar das sanções impostas às estruturas políticas e desportivas destes dois países, na sequência da invasão à Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Segundo o COI, "nenhum atleta deve ser banido da competição apenas com base no seu passaporte".
Perante esta possibilidade, apoiada pela autarca de Paris, Anne Hidalgo, mas contestada por vários países, como Reino Unido e Dinamarca, a Ucrânia já admitiu boicotar os Jogos Olímpicos Paris2024.
"É evidente que o dinheiro que compra a hipocrisia olímpica não tem o cheiro do sangue ucraniano. Não é, senhor Thomas Bach?", questionou Mykhailo Podolyak, dirigindo-se ao presidente do COI.
A abertura aos atletas russos e bielorrussos despertou a ira dos ucranianos e o Presidente Volodymyr Zelensky denunciou na sexta-feira a "hipocrisia" do COI e convidou Bach a visitar Bakhmut, no leste do país, um dos pontos mais afetados pela guerra com a Rússia.
No domingo, no seu discurso diário, Zelensky afirmou que escreveu uma carta ao Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre este assunto. "Olimpismo e Estados terroristas não se devem cruzar", afirmou Zelensky, depois de, na quinta-feira, o ministro dos Desportos da Ucrânia, Vadym Goutzeit, já ter ameaçado boicotar os Jogos.