Gregg Berhalter esteve prestes a expulsar jogador da concentração dos EUA no Mundial-2022
Gregg Berhalter admitiu ter enfrentado "circunstâncias extremas" em questões relacionadas com a liderança do grupo de trabalho que viajou para o Catar, assumindo que a estrutura esteve perto de "marcar um bilhete de avião" para encaminhar um dos jogadores para casa mais cedo do que o previsto.
"Neste último Campeonato do Mundo, tínhamos um jogador que não estava claramente a ir ao encontro das expectativas, tanto dentro como fora do campo. Um dos 26 jogadores, o que fez com que isso se destacasse. Enquanto staff, sentámo-nos durante horas para decidirmos o que iríamos fazer com esse jogador. Estávamos prontos para reservar um bilhete de avião para casa, a situação era extrema", começou por explicar o técnico, apontando o que se seguiu:
"Decidimos ter mais uma conversa com ele e parte da conversa foi para falar sobre como iria ser o comportamento daí para a frente. Não iam acontecer mais infracções".
Com o objetivo de segurar o grupo, Berhalter exigiu um pedido de desculpas do atleta perante todo o plantel, mas com a obrigatoriedade de que o mesmo explicasse aos colegas o motivo por detrás das desculpas apresentadas. "Teria de ser mais profundo do que apenas "desculpem, rapazes". E preparámos os líderes do grupo para isto. Disse-lhes: "Este rapaz vai pedir desculpas ao grupo, a toda a equipa". E a parte fantástica no meio de tudo isto foi que, depois de ele se desculpar, os jogadores se levantaram, um por um, e disseram: "Ouve, não tens sido suficientemente bom. Não tens correspondido às nossas expectativas enquanto colega de equipa e queremos ver mudanças". Eles tomaram a iniciativa no processo. E, desde então, não voltámos a ter problemas com esse jogador".
No evento em que participou, o técnico explicou ainda que "enquanto treinadores, podemos gerir as coisas de forma mais apropriada com base nos nossos valores".
"É difícil mandar um jogador para casa. Seria uma enorme controvérsia. Iríamos ler coisas sobre isso durante cinco dias, mas estávamos preparados para isso, porque ele não estava a corresponder aos valores do grupo e o grupo estava preparado para isso também".
Giovanni Reyna apontado como o jogador no centro da polémica
As declarações do selecionador dos Estados Unidos motivaram natural curiosidade em torno da identidade do atleta em questão, com o The Athletic a avançar que o mesmo terá sido Giovanni Reyna, médio do Borussia Dortmund que não foi escolhido para a equipa inicial em qualquer jogo do Mundial-2022, tendo apenas disputado oito minutos do duelo frente a Inglaterra (0-0) e a segunda parte da partida diante dos Países Baixos (derrota por 3-1).
Contudo, Dan Segal, agente do atleta, saiu em sua defesa, revelando que a situação era "complicada" e que pode ter-se virado contra Berhalter, e sugerindo que é "um desrespeito" tornar públicos os assuntos privados da equipa.
"É dececionante e um desrespeito que determinadas partes comentem em público assuntos privados da equipa, especialmente quando algumas o fazem sem conhecimento total dos factos e outras o fazem de forma egoísta", atirou, acrescentando:
"Neste momento, a nossa opinião é de que nada mais se ganha com os intervenientes da seleção nacional a virarem-se uns contra os outros, e não pretendemos tecer mais comentários sobre este assunto".
ESPN diz que continuidade de Reyna foi votada pelos jogadores
A história tem sido continuadamente atualizada e aos poucos surgem mais detalhes sobre a mesma. De acordo com a ESPN, a continuidade de Reyna na concentração dos Estados Unidos, no Catar, foi levada a votação pelo plantel norte-americano, tendo terminado co 13 votos a seu favor e 12 contra.
O The Athletic, por seu lado, cita "múltiplas fontes" próximas da equipa e garante que o médio revelou "uma alarmante falta de esforço no treino", bem como no duelo amigável entre a seleção e o Al Gharafa, clube do Catar, no qual a atitude de Reyna se destacou pela negativa.
Relatos dizem que DeAndre Yedlin e Aaron Long terão deixado avisos ao médio em vários momentos durante o torneio, pedindo-lhe que se esforçasse mais.
Ainda segundo a publicação, Reyna pediu desculpa perante o grupo, como referido por Berhalter, tendo tomado consciência de que "fazia parte de um grupo colectivo".