O troféu atribuído ao melhor jogador do torneio esteve desaparecido durante décadas até ser encontrado por um antiquário na capital francesa. Será vendido pela casa de leilões Aguttes, em Neuilly-sur-Seine, perto de Paris, no dia 6 de junho.
Segundo a família Maradona, o troféu oferecido ao seu pai em novembro de 1986 no Lido Cabaret em Paris foi roubado durante um assalto a um banco três anos mais tarde em Nápoles.
Na quinta-feira, um tribunal de Nanterre, nos arredores de Paris, considerou que os herdeiros "não apresentaram qualquer ação penal que tivesse sido intentada pelo futebolista em vida".
"A prova da existência deste roubo não se pode basear apenas em artigos de imprensa", considerou o tribunal.
Os advogados da família de Maradona, que morreu em 2020 com 60 anos de idade, argumentaram que a peça de memorabilia da carreira brilhante do jogador, que deverá render milhões, pertence justamente aos cinco herdeiros.
Os herdeiros estão a recorrer da decisão de quinta-feira.
"Trata-se de um troféu atribuído a uma lenda do futebol, que deve ir para a Argentina", disse à AFP Gilles Moreu, do escritório de advogados Paradox.
Em 2022, a camisola da Argentina de Maradona do torneio de 1986 foi vendida por cerca de 9,3 milhões de dólares (8,5 milhões de euros), enquanto a bola da "Mão de Deus" dos quartos de final contra a Inglaterra foi vendida por 2,4 milhões de dólares (2,2 milhões de euros) no mesmo ano.
Por seu lado, os advogados que representam a pessoa que encontrou a "Bola de Ouro" e a casa de leilões, que está a organizar a venda, alegaram boa fé.
Maximilien Aguttes, diretor da casa de leilões, disse que uma das "lendas" que circulam sobre o prémio é que Maradona se esqueceu dele no Lido na noite em que foi entregue.
O antiquário que adquiriu o troféu disse que o comprou num leilão em 2016 "num amarazem" composto por centenas de troféus, a maioria dos quais com pouco valor. Foi também apresentada uma queixa-crime, confirmou o Ministério Público à AFP.