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Infantino revela que "Visit Saudi" não será patrocinadora do Mundial feminino

Reuters
Gianni Infantino defendeu que é legítimo que a FIFA procure acordos com patrocinadores de todos os países membros
Gianni Infantino defendeu que é legítimo que a FIFA procure acordos com patrocinadores de todos os países membrosAFP
A "Visit Saudi" não estará representada no Campeonato do Mundo que vai decorrer na Austrália e na Nova Zelândia, mas o presidente da FIFA não descartou a possibilidade de concretizar uma oportunidade comercial no futuro para a empresa promotora do turismo na Arábia Saudita no futebol feminino.

Visit Saudi havia sido cogitada como potencial patrocinadora do torneio, o que originou críticas de vários quadrantes, algo que, para Gianni Infantino, não passou de "uma tempestade num copo de água".

A maior oposição foi feita pela Federação Australiana de Futebol, que considerou existir "um forte consenso de que esta parceria não se alinha com a visão coletiva para o torneio e fica aquém das expectativas".

O plano foi também julgado por outras grandes figuras da vertente feminina da modalidade, incluindo a experiente jogadora norte-americana Alex Morgan, que sublinhou que a relação "moralmente" não faz sentido.

"Negociámos com a Visit Saudi, mas, no final, isso não levou a um contrato. Por isso, foi uma tempestade num copo de água", afirmou Infantino no Congresso da FIFA em Kigali, no Ruanda.

"Mas, dito isto, a FIFA é uma organização composta por 211 países. Não há nada de errado em recolher patrocínios Arábia Saudita, da China, dos Estados Unidos, do Brasil ou da Índia", acrescentou.

Para além disso, o dirigente defendeu que as críticas a um potencial patrocínio ignoraram os acordos comerciais já existentes entre empresas da Arábia Saudita e da Austrália.

"No que diz respeito à Austrália, o país comercializa com a Arábia Saudita (no valor de) $1,5 mil milhões por ano (mais de 1,4 mil milhões de euros). Isto não parece ser um problema. Existem dois pesos e duas medidas, algo que não consigo entender. Não há qualquer problema, não há um contrato, mas claro que queremos ver de que forma podemos envolver os patrocinadores sauditas, bem como os do Catar, no futebol feminino em geral", apontou.

"Este ano teremos o Campeonato do Mundo feminino. Devia ser uma celebração das mulheres, tem de o ser. E, ainda assim, há esta negatividade que surge sempre. Porquê? Porque é que não podemos tentar focar-nos um pouco nos aspetos positivos?", questionou.

O príncipe saudita, Mohammed bin Salman, introduziu reformas que permitem às mulheres um maior controlo sobre as suas vidas no passado recente, mas os homens ainda mantêm um controlo apertado sobre o poder no reino.