O capitão inglês, Harry Kane, mostrou-se confiante na antevisão ao arranque da campanha no Mundial-2022, lembrando que "a tendência nos grandes torneios tem sido boa" e que "este é mais um passo" que os ingleses terão de dar.Campeã do mundo em 1966, a Inglaterra está há mais de 50 anos sem conseguir destacar-se dos demais nos palcos internacionais, mas, no passado recente, parece querer inverter o rumo e alcançar a glória, como se comprova pela chegada às meias-finais do Mundial-2018 e à final do Euri-2020.
Os Três Leões pareciam chegar ao Catar como uma das seleções favoritas à conquista do Campeonato do Mundo, alavancados por uma qualificação fantástica, na qual não averbaram qualquer derrota (oito vitórias e dois empates), tendo marcado 39 golos e sofrido apenas três. Um registo de 36 tentos positivos naquela que foi a melhor diferença de golos registada em todos os grupos da qualificação europeia.
Contudo, a forma recente dos comandados de Gareth Southgate, que não ganharam qualquer jogo na Liga das Nações (três derrotas e outros tantos empates) e acabaram despromovidos à Liga B, abalou a candidatura ao título na maior prova de seleções do mundo. Com apenas quatro golos apontados no grupo 3 da prova, por nenhuma vez os ingleses conseguiram marcar antes do intervalo, o que fez aumentar as críticas em torno de um selecionador cujo plano de jogo é apontado como demasiado conservador.
As probabilidades pareciam contrariar a terceira presença conscutiva do Irão em Mundiais, especialmente depois de, no final de 2019, a seleção ter sofrido duas derrotas consecutivas na qualificação para a prova. No entanto, a pandemia permitiu um reset, com ajustes que se revelaram cruciais, tendo o maior dos quais sido a substituição de Marc Wilmots por Dragan Skočić no cargo de selecionador. Com o croata no comando, o Irão ganhou os quatro jogos restantes da segunda ronda de qualificação, bem como oito dos dez encontros (com um empate e uma derrota) da terceira ronda.
Apesar do sucesso registado por Skočić, Carlos Queiroz foi escolhido para liderar o conjunto iraniano no Mundial-2022, tendo começado bem aquela que é a sua segunda missão no comando técnico daquela seleção. Invicto nos três primeiros jogos amigáveis (duas vitórias contra Uruguai e Nicarágua, com um empate diante do Senegal pelo meio), o português apenas viu o Irão perder frente à Tunísia, no último jogo de preparação para a competição. Agora, esperará certamente que um resultado positivo diante da Inglaterra possa catapultar a equipa para uma campanha positiva, que permita até a primeira qualificação para a próxima fase da história do país, que vive uma constante agitação social.
Jogadores a observar: Harry Kane marcou dois dos quatro golos da Inglaterra na Liga das Nações e vai em perseguição da história, já que ambiciona tornar-se no primeiro jogador distinguido com o prémio de melhor marcador do torneio em dois Mundiais consecutivos. Do lado iraniano, Mehdi Taremi, com quatro golos e duas assistências, foi o jogador envolvido em mais golos durante a terceira ronda de qualificação asiática. Pelo FC Porto, o avançado marcou dois golos e fez uma assistência nas três últimas partidas que disputou.
Estatística a destacar: A Inglaterra marcou 12 dos seus últomos 18 golos em Mundiais na sequência de bolas paradas.
Curiosidades do Mundial: Esta é a sétima presença consecutiva de Inglaterra em fases finais do Campeonato do Mundo, o que constitui a sequência mais longa.