Insólito: Herdeiros de Maradona tentam impedir que troféu do pai seja vendido em França
A casa de leilões Aguttes planeia vender, no dia 6 de junho, esse troféu que Maradona recebeu durante uma cerimónia no cabaré parisiense Lido em 1986 e cuja existência foi descoberta por um antiquário.
De acordo com os cinco herdeiros, o prémio foi roubado em 1989 durante um assalto a banco em Nápoles, a cidade italiana que idolatra o futebolista argentino que morreu em novembro de 2020.
Os advogados dos herdeiros, que descobriram a venda há algumas semanas em Neuilly-sur-Seine, um subúrbio rico de Paris, recorreram aos tribunais para recuperar o prémio.
“A família quer essa bola de volta, o povo argentino quer essa bola de volta”, disse Lola Chunet, uma das advogadas da família, ao tribunal de Nanterre, a oeste da capital.
Mas os advogados da casa de leilões e do vendedor do troféu contestam a história do roubo e afirmam que a família Maradona nunca apresentou provas de uma possível reclamação.
“Tentar, 35 anos após um suposto roubo, recuperar uma propriedade sem nunca ter apresentado uma queixa é uma abordagem oportunista que a Justiça não pode tolerar”, disse Arthur Gaulier, advogado da casa Aguttes.
Em um comunicado, Maximilien Aguttes, diretor da casa de leilões, lembrou que uma das “lendas” que circulam sobre essa recompensa afirma que Maradona se esqueceu dela no Lido na noite da cerimónia.
O ex-galerista e antiquário diz que a adquiriu durante um leilão em 2016 “no mesmo lote de sucata” composto por centenas de troféus, a maioria de pouco valor, explicou a Aguttes.
“Ele fez ofertas em oito lotes e comprou-os por 500€ excluindo despesas”, detalhou a advogada do vendedor, Marine Le Bihan. Mais tarde, o seu cliente percebeu que um dos troféus poderia ser de Maradona.
Durante as investigações para provar a autenticidade dessa “bola de ouro”, o antiquário entrou em contato com um dos advogados do jogador de futebol, disse Le Bihan.
A decisão do tribunal de Nanterre sobre o recurso urgente da família será conhecida em 30 de maio. O tribunal deve decidir se a venda pode ser realizada ou se precisa de examinar o caso.
O gabinete do procurador público confirmou à AFP que uma queixa foi apresentada paralelamente à jurisdição criminal.
O troféu que Diego Armando Maradona recebeu em 1986 não está relacionado à Bola de Ouro concedida pela revista France Football ao melhor jogador do ano.