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Inter e FC Porto: Uma história entrelaçada por muito mais do que o azul

Tiago Alexandre
José Mourinho foi campeão europeu nos dois emblemas
José Mourinho foi campeão europeu nos dois emblemasUEFA
Inter e FC Porto são dois dos clubes mais históricos de Itália e Portugal. Apesar de se terem defrontado "apenas" em quatro ocasiões oficiais, a história dos dois clubes não se fica por aí. Recorda-se das passagens de José Mourinho e Sérgio Conceição pelos dois emblemas? E de Quaresma e Maniche? Não dê mais voltas à cabeça, o Flashscore apresenta-lhe, de seguida, os elementos que estiveram ligados aos nerazurri e dragões.

José Mourinho

Foi precisamente no FC Porto que José Mourinho, o único treinador desta lista, despertou para o futebol. Mou chegou aos dragões na temporada 2001/2002 e precisou apenas de um ano para conquistar a então Taça UEFA. No ano seguinte, já depois de se ter sagrado bicampeão nacional, o FC Porto venceu o Mónaco na mítica final de Gelsenkirchen e sagrou-se campeão europeu.

Depois de ter sido bem sucedido em Inglaterra, Mourinho aterrou em Itália, ingressando no Inter de Milão e não precisou de muito para ser feliz. Conquistou a Serie A na primeira temporada e, em 2009/2010, colocou fim a uma seca de 45 anos, levando o Inter ao topo da Europa. Essa temporada ficou ainda mais na história depois do técnico ter arrebatado o triplete interno.

Assim, em quatro temporadas e meia, José Mourinho foi campeão europeu nos dois clubes e colecionou 11 troféus.

Sérgio Conceição

Corria o ano de 1996 quando Sérgio Conceição, com apenas 21 anos, assumiu-se na lateral direita do FC Porto de António Conceição. Em duas temporadas ao serviço dos dragões, Conceição passou de promessa a certeza, conquistou tudo o que havia para conquistar e rumou a Itália, o então melhor campeonato do Mundo.

Depois de representar Lazio e Parma, chegou ao Inter, em 2001. A lesão sofrida logo no início da temporada acabou por dificultar-lhe a tarefa. Ainda assim, o título esteve bastante perto, mas uma derrota em casa da "sua" Lazio acabou por ditar o triunfo da Juventus.

Héctor Cúper manteve o português na época seguinte, que voltou a ditar um desfecho inglório: novo segundo lugar na Serie A e eliminação nas meias-finais da Liga dos Campeões às custas do... AC Milan. O verão de 2003 ditou a rescisão do contrato de Sérgio Conceição.

Sérgio Conceição com Rui Costa
Sérgio Conceição com Rui CostaInter

Ricardo Quaresma

Ricardo Quaresma chegou ao FC Porto em 2004, servindo de moeda de troca no negócio que levou Deco à Catalunha. Harry Potter tornou-se peça fundamental na equipa de Co Adriaanse e esteve em destaque no triplete alcançado pelos dragões em 2006. Em 2007/2008 realizou a melhor temporada de dragão ao peito, tendo apontado 11 golos e feito 10 assistências em 39 jogos e deu o salto para o Inter.

Chegado a Milão, o mustang assinou um contrato válido por cinco temporadas e que iria vigorar até 2013. Ainda assim, Quaresma não se conseguiu adaptar a um campeonato mais competitivo e acabou por ser emprestado ao cabo de meia temporada, já depois de ter sido eleito o Bidão de Ouro de 2008 - prémio entregue à maior desilusão da época.

Regressou aos nerazzurri em 2009/2010 e, com José Mourinho ao leme, ganhou a Serie A, a Liga dos Campeões e a Taça de Itália, apesar de não ter sido convocado em nenhuma das partidas das decisões.

Acompanhe o relato áudio ao vivo
Acompanhe o relato áudio ao vivoFlashscore

Maniche

Maniche é outro dos jogadores que está ligado à conquista europeia dos dragões em 2003 e à época do histórico triplete. Ao lado de Deco e Costinha, seguiu-se nova temporada de sonho, provavelmente a melhor de sempre do médio e culminou no triunfo na final da Liga dos Campeões. No ano seguinte conquistou a Taça Intercontinental e saiu para o futebol russo a troco de 16 milhões de euros.

Em 2007/2008 jogou pela primeira e única vez no futebol italiano, tendo sido emprestado ao Inter de Milão depois de se ter desentendido com o técnico do Atlético de Madrid, Javier Aguirre. A passagem esteve longe de ser brilhante, com o internacional português a somar apenas um golo em 11 jogos.

Fredy Guarín

O médio colombiano aterrou na invicta em 2008, por alegada recomendação do compatriota Rentería. Ao serviço do FC Porto, a grande imagem de marca de Guarín foram os golos de longe, através de remates fortíssimos que não davam hipótese aos guarda-redes. O dia 18 de maio de 2011 fica para a história de Guarín (e dos dragões), depois do jogador ter feito o cruzamento que deu o golo da vitória na final da Liga Europa.

Em 2012, rumou ao futebol italiano tendo assinado pelo Inter até 2016. A primeira temporada não foi fácil, pois lesionou-se na perna direita e esteve ausente em grande parte dos jogos. No entanto, acabou por afirmar-se nos nerazzurri e chamou a atenção dos gigantes europeus. Ao todo disputou 143 jogos e marcou 23 golos.

Rolando

O defesa chegou aos dragões em 2008 e desde cedo conquistou o lugar no onze da equipa de Jesualdo Ferreira. No primeiro ano, ganhou a Liga, a Taça e a Supertaça e, no ano seguinte, voltou a repetir os triunfos na Taça e Supertaça. Em 2010/2011 alcançou a melhor temporada da carreira, depois de ter jogado 51 partidas e conquistado a Liga Europa, juntamente com a Liga, a Taça e a Supertaça, troféu no qual marcou o golo da vitória diante do Vitória de Guimarães.

Arredado das opções de Vitor Pereira, rumou a Itália no início da época 2012/2013, assinando com o Nápoles. Rolando não se conseguiu afirmar e foi emprestado ao Inter, onde ganhou a titularidade e realizou 29 jogos.

Rolando foi titular no Inter
Rolando foi titular no InterAFP

Álvaro Pereira

O lateral esquerdo foi contratado em junho de 2009 e depressa conquistou um lugar nas opções de Jesualdo Ferreira. Realizou 46 partidas na primeira temporada e o feito valeu-lhe a chamada ao Mundial-2010, no qual apontou o primeiro golo ao serviço do Uruguai. No que toca aos dragões, conquistou duas Ligas, duas Taças, quatro Supertaças e uma Liga Europa.

Em 2012 foi contratado pelo Inter, a troco de 10 milhões de euros, mais cinco em variáveis. Ao serviço dos nerazzurri, Álvaro Pereira entrou de rompante na equipa, mas a passagem acabou por não ser bem sucedida, tendo sido emprestado no ano seguinte.

Alex Telles

Alex Telles é um dos jogadores que fez a trajetória em sentido inverso, tendo representado o Inter e depois o FC Porto. O brasileiro chegou a Itália em 2015, por empréstimo do Galatasaray. Longe de se afirmar, foi titular em 18 partidas e fez apenas uma assistência.

Em julho de 2016 foi oficializado nos dragões e começou uma das etapas mais brilhantes da sua carreira. Na retina ficam os inúmeros golos decisivos do lateral, as assistências e um jogador fundamental na equipa de Sérgio Conceição. Foi eleito o melhor lateral esquerdo brasileiro em 2020 e no ano seguinte tornou-se no defesa com mais golos pelo FC Porto - registo que ainda mantém, em igualdade com Marcano.

Alex Telles foi fundamental nos dragões
Alex Telles foi fundamental nos dragõesUEFA

Embora tenham tido menor preponderância nas duas equipas, a lista fica completa com mais quatro nomes. Juary, o último parcero de Pelé, representou o Inter em 1982 e os azuis e brancos entre 1985 e 1988. Pelo meio fica ligado ao golo da vitória na final da Liga dos Campeões em 1987. Pelé é outro dos nomes e chegou ao FC Porto envolvido no negócio de Quaresma com o Inter. Não se conseguiu afirmar e saiu no final de meia época. 

Mariano González também chegou à Invicta oriundo do Inter de Milão e, em três temporadas e meia, ganhou uma Liga Europa, três campeonatos, três Taças e duas Supertaças. Em sentido inverso, Pablo Osvaldo passou despercebido nos dois emblemas, tendo marcado apenas sete golos no Inter e um no FC Porto.