Inter e FC Porto: Uma história entrelaçada por muito mais do que o azul
José Mourinho
Foi precisamente no FC Porto que José Mourinho, o único treinador desta lista, despertou para o futebol. Mou chegou aos dragões na temporada 2001/2002 e precisou apenas de um ano para conquistar a então Taça UEFA. No ano seguinte, já depois de se ter sagrado bicampeão nacional, o FC Porto venceu o Mónaco na mítica final de Gelsenkirchen e sagrou-se campeão europeu.
Depois de ter sido bem sucedido em Inglaterra, Mourinho aterrou em Itália, ingressando no Inter de Milão e não precisou de muito para ser feliz. Conquistou a Serie A na primeira temporada e, em 2009/2010, colocou fim a uma seca de 45 anos, levando o Inter ao topo da Europa. Essa temporada ficou ainda mais na história depois do técnico ter arrebatado o triplete interno.
Assim, em quatro temporadas e meia, José Mourinho foi campeão europeu nos dois clubes e colecionou 11 troféus.
Sérgio Conceição
Corria o ano de 1996 quando Sérgio Conceição, com apenas 21 anos, assumiu-se na lateral direita do FC Porto de António Conceição. Em duas temporadas ao serviço dos dragões, Conceição passou de promessa a certeza, conquistou tudo o que havia para conquistar e rumou a Itália, o então melhor campeonato do Mundo.
Depois de representar Lazio e Parma, chegou ao Inter, em 2001. A lesão sofrida logo no início da temporada acabou por dificultar-lhe a tarefa. Ainda assim, o título esteve bastante perto, mas uma derrota em casa da "sua" Lazio acabou por ditar o triunfo da Juventus.
Héctor Cúper manteve o português na época seguinte, que voltou a ditar um desfecho inglório: novo segundo lugar na Serie A e eliminação nas meias-finais da Liga dos Campeões às custas do... AC Milan. O verão de 2003 ditou a rescisão do contrato de Sérgio Conceição.
Ricardo Quaresma
Ricardo Quaresma chegou ao FC Porto em 2004, servindo de moeda de troca no negócio que levou Deco à Catalunha. Harry Potter tornou-se peça fundamental na equipa de Co Adriaanse e esteve em destaque no triplete alcançado pelos dragões em 2006. Em 2007/2008 realizou a melhor temporada de dragão ao peito, tendo apontado 11 golos e feito 10 assistências em 39 jogos e deu o salto para o Inter.
Chegado a Milão, o mustang assinou um contrato válido por cinco temporadas e que iria vigorar até 2013. Ainda assim, Quaresma não se conseguiu adaptar a um campeonato mais competitivo e acabou por ser emprestado ao cabo de meia temporada, já depois de ter sido eleito o Bidão de Ouro de 2008 - prémio entregue à maior desilusão da época.
Regressou aos nerazzurri em 2009/2010 e, com José Mourinho ao leme, ganhou a Serie A, a Liga dos Campeões e a Taça de Itália, apesar de não ter sido convocado em nenhuma das partidas das decisões.
Maniche
Maniche é outro dos jogadores que está ligado à conquista europeia dos dragões em 2003 e à época do histórico triplete. Ao lado de Deco e Costinha, seguiu-se nova temporada de sonho, provavelmente a melhor de sempre do médio e culminou no triunfo na final da Liga dos Campeões. No ano seguinte conquistou a Taça Intercontinental e saiu para o futebol russo a troco de 16 milhões de euros.
Em 2007/2008 jogou pela primeira e única vez no futebol italiano, tendo sido emprestado ao Inter de Milão depois de se ter desentendido com o técnico do Atlético de Madrid, Javier Aguirre. A passagem esteve longe de ser brilhante, com o internacional português a somar apenas um golo em 11 jogos.
Fredy Guarín
O médio colombiano aterrou na invicta em 2008, por alegada recomendação do compatriota Rentería. Ao serviço do FC Porto, a grande imagem de marca de Guarín foram os golos de longe, através de remates fortíssimos que não davam hipótese aos guarda-redes. O dia 18 de maio de 2011 fica para a história de Guarín (e dos dragões), depois do jogador ter feito o cruzamento que deu o golo da vitória na final da Liga Europa.
Em 2012, rumou ao futebol italiano tendo assinado pelo Inter até 2016. A primeira temporada não foi fácil, pois lesionou-se na perna direita e esteve ausente em grande parte dos jogos. No entanto, acabou por afirmar-se nos nerazzurri e chamou a atenção dos gigantes europeus. Ao todo disputou 143 jogos e marcou 23 golos.
Rolando
O defesa chegou aos dragões em 2008 e desde cedo conquistou o lugar no onze da equipa de Jesualdo Ferreira. No primeiro ano, ganhou a Liga, a Taça e a Supertaça e, no ano seguinte, voltou a repetir os triunfos na Taça e Supertaça. Em 2010/2011 alcançou a melhor temporada da carreira, depois de ter jogado 51 partidas e conquistado a Liga Europa, juntamente com a Liga, a Taça e a Supertaça, troféu no qual marcou o golo da vitória diante do Vitória de Guimarães.
Arredado das opções de Vitor Pereira, rumou a Itália no início da época 2012/2013, assinando com o Nápoles. Rolando não se conseguiu afirmar e foi emprestado ao Inter, onde ganhou a titularidade e realizou 29 jogos.
Álvaro Pereira
O lateral esquerdo foi contratado em junho de 2009 e depressa conquistou um lugar nas opções de Jesualdo Ferreira. Realizou 46 partidas na primeira temporada e o feito valeu-lhe a chamada ao Mundial-2010, no qual apontou o primeiro golo ao serviço do Uruguai. No que toca aos dragões, conquistou duas Ligas, duas Taças, quatro Supertaças e uma Liga Europa.
Em 2012 foi contratado pelo Inter, a troco de 10 milhões de euros, mais cinco em variáveis. Ao serviço dos nerazzurri, Álvaro Pereira entrou de rompante na equipa, mas a passagem acabou por não ser bem sucedida, tendo sido emprestado no ano seguinte.
Alex Telles
Alex Telles é um dos jogadores que fez a trajetória em sentido inverso, tendo representado o Inter e depois o FC Porto. O brasileiro chegou a Itália em 2015, por empréstimo do Galatasaray. Longe de se afirmar, foi titular em 18 partidas e fez apenas uma assistência.
Em julho de 2016 foi oficializado nos dragões e começou uma das etapas mais brilhantes da sua carreira. Na retina ficam os inúmeros golos decisivos do lateral, as assistências e um jogador fundamental na equipa de Sérgio Conceição. Foi eleito o melhor lateral esquerdo brasileiro em 2020 e no ano seguinte tornou-se no defesa com mais golos pelo FC Porto - registo que ainda mantém, em igualdade com Marcano.
Embora tenham tido menor preponderância nas duas equipas, a lista fica completa com mais quatro nomes. Juary, o último parcero de Pelé, representou o Inter em 1982 e os azuis e brancos entre 1985 e 1988. Pelo meio fica ligado ao golo da vitória na final da Liga dos Campeões em 1987. Pelé é outro dos nomes e chegou ao FC Porto envolvido no negócio de Quaresma com o Inter. Não se conseguiu afirmar e saiu no final de meia época.
Mariano González também chegou à Invicta oriundo do Inter de Milão e, em três temporadas e meia, ganhou uma Liga Europa, três campeonatos, três Taças e duas Supertaças. Em sentido inverso, Pablo Osvaldo passou despercebido nos dois emblemas, tendo marcado apenas sete golos no Inter e um no FC Porto.