João Paulo da Rocha candidata-se à Confederação do Desporto de Portugal
Numa cerimónia que decorreu numa unidade hoteleira nas imediações do Complexo do Jamor, João Paulo da Rocha, ex-presidente da federação de ginástica entre 2012 e 2021, começou por dizer que a candidatura não parte de “uma ambição pessoal”.
“É uma sequência lógica do que se tem passado há vários anos. Esta candidatura surge porque um conjunto de federações, com as quais muito trabalhei, me desafiaram. Não tinha condições para dizer que não. Esta candidatura é uma construção coletiva, que se espera que possa abarcar todas as federações em Portugal para as eleições que estão previstas em novembro”, afirmou.
Para João Paulo da Rocha, as federações desportivas têm sentido uma grande inércia por parte da atual direção da CDP, liderada por Carlos Cardoso, numa altura em que estas sentem forte constrangimento no seu desenvolvimento e na obtenção de receitas.
“A atual direção, que teve os seus momentos, nos últimos anos é caracterizada pela inação. Tem uma grande incapacidade para dialogar, por exemplo, com o Comité Olímpico de Portugal e com o Comité Paralímpico de Portugal. Isto faz com que a frustração que as federações têm vá crescendo de ano para ano. Isto não pode continuar”, alertou.
João Paulo Rocha quer agora o envolvimento de todas as federações, para que sejam apresentadas soluções, e, na cerimónia, traçou já algumas: “Há uma falta de articulação entre o desporto federado e o desporto escolar, há falta de articulação entre o Estado central e as autarquias, e há falta de instalações desportivas de proximidade”.
Aliado a estes pontos, João Paulo da Rocha, frisa que o modelo de financiamento das federações é obsoleto e estrangulador do seu próprio desenvolvimento.
“Com isto, há federações que não têm capacidade logística e de recursos humanos para poderem crescer. O diagnóstico do que é preciso melhorar está feito há muito tempo. Por que a Confederação do Desporto de Portugal não age? É porque não sabe. É clarinho. Temos de mudar as práticas, para que as federações se sintam parte de algo. Se não se sentirem, é porque a confederação não está a cumprir a sua missão”, criticou.
O projeto de João Paulo da Rocha passa agora por entrar em contacto com todas as federações porque “nas realidades individuais de cada federação vão surgir ideias”.
Contando, entre outros, com os apoios das federações de ginástica e de canoagem, a candidatura de João Paulo da Rocha, que completará 62 anos em dezembro, tem também o apoio ciclismo, do boxe, do ténis de mesa e da dança desportiva, entre outros.
João Paulo da Rocha junta-se, assim, a Daniel Monteiro, de 31 anos, na corrida ao cargo que é ocupado por Carlos Cardoso.