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Jorge Fernandes desconhece novo inquérito e lamenta deselegância do IPDJ

LUSA
Jorge Fernandes foi destituído de presidente da Federação Portuguesa de Judo em dezembro
Jorge Fernandes foi destituído de presidente da Federação Portuguesa de Judo em dezembroFPJ
O presidente destituído da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), Jorge Fernandes, disse esta segunda-feira desconhecer novo processo de inquérito aberto pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e lamentou saber pela imprensa.

"Não tenho conhecimento de nada, até este momento não tenho conhecimento de nada", começou por dizer.

O antigo presidente da FPJ, destituído em Assembleia Geral em 18 de dezembro, lamentou ter conhecimento de mais este inquérito, que desconhece, através da comunicação social e disse que se sente perseguido, referindo que existe a vontade do IPDJ em que não volte a ser candidato à Federação.

"Disse que estava a decorrer outro inquérito e até agora não recebemos nada. É mais uma deselegância (...) da parte deles comunicarem para fora, antes de falarem connosco. Da parte do IPDJ, do presidente, estar a tratar através da comunicação social, ao invés de falarem connosco. Continuo com isto aberto (email) e até agora nada", referiu.

Jorge Fernandes criticou também o IPDJ, por aquilo que entende ser uma perseguição: "Não querem que eu seja candidato porquê? Estão a fazer tudo, tudo. Não há nada na lei que impeça, estou a ser perseguido neste momento. Estou a ser perseguido, fui destituído, foi feita a vontade ao IPDJ, não quer dizer que concorde, é o momento de pararem um bocadinho. Porque é que me estão sempre a perguntar, da parte deles, se vou mesmo avançar, se sou mesmo candidato?" questionou o ex-presidente.

O antigo responsável máximo da FPJ respondeu também a quem o acusa de se manter em funções e explicou que o IPDJ recebeu a ata da AG destitutiva que determinou isso mesmo, justificando ser normal a gestão corrente mesmo destituído.

"Mantemo-nos em funções, foi assim aprovado, até à tomada de posse de outros órgãos, portanto, continuamos com as mesmas competências, de gerir a Federação, o dia a dia até à tomada de posse de outros, nada de anormal aqui. (...) A mesma que me destituiu, decidiu e votou que todos se mantinham até à tomada de posse de novos órgãos. O próprio IPDJ, bem como o secretário de Estado, recebeu a ata onde isso está mencionado. Não há aqui nenhuma irregularidade e não sei qual é a questão aqui", respondeu.

Em declarações também à agência Lusa, o presidente do IPDJ, Vítor Pataco, disse que a AG foi questionada sobre a situação, sem que o esclarecesse, e que do ponto de vista do Instituto, ao assumir a gestão corrente, Jorge Fernandes está em incumprimento.

"Se o presidente da Federação continua, como parece estar a acontecer, a assumir a gestão corrente da Federação, está a incorrer, no nosso ponto de vista, numa situação que não é a correta, numa irregularidade. Vamos confirmar isso do ponto de vista formal e ver, depois, quais são as consequências dessa atitude. Sendo uma atitude que não é regular, naturalmente que haverá aqui consequências", explicou então Vítor Pataco.

Já no que diz respeito às recomendações para que se proceda a uma eleição prévia dos delegados à Assembleia Geral eleitoral, Jorge Fernandes disse que é uma matéria que não lhe diz respeito, mas que a AG não recebeu nenhuma recomendação, mas apenas ofícios de resposta às Associações de Lisboa e de Castelo Branco.

"O que o IPDJ fez foi dar-nos conhecimento, de facto, de um ofício que terá enviado à Associação de Lisboa e à Associação de Castelo Branco, mas, de qualquer das maneiras, isso é um problema do presidente e da Assembleia da Federação, não é meu", explicou.

Para Jorge Fernandes é estranha a recomendação do IPDJ quanto à eleição dos delegados, quando a mesma fere os prazos previstos e entra em ilegalidade, podendo levar a futura impugnação do ato eleitoral.

"Não se consegue isso antes de outubro, e aquilo que o IPDJ sugeriu é uma ilegalidade. "Procurem acelerar isso"... Não podemos acelerar, há prazos para isto. Tem de se aprovar o relatório de atividades e contas, a Assembleia está marcada para 02 de abril, se conseguirmos, só a partir daí podemos publicar os cadernos eleitorais e depois são 60/90 dias para eleições (de delegados) e só depois para os órgãos sociais, o que daria outubro", justificando que usar os cadernos eleitorais de 2021 significava que quem fazia 18 anos em 2022 não podia votar.

O antigo dirigente, presidente em 2017, num primeiro mandato, e de 2020 a 2022, num segundo, que cessou por destituição, garantiu, uma vez mais, ser impossível queimar prazos e que isso é que é uma ilegalidade.

A finalizar, o antigo dirigente lamentou o contexto que se vive, lembrando que o judo atingiu o número máximo de praticantes, com 17.000 atletas, e continue sob pressão.

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