Josko Gvardiol no topo de uma lista central: Os defesas mais caros do mundo
“Os ataques ganham jogos, as defesas ganham campeonatos”. A frase é atribuída a Phil Jackson, lendário treinador da NBA, e que se tornou quase uma verdade universal do futebol. Não deixa de ser por isso cada vez mais normal ver os clubes a gastar vastas somas de dinheiro em especialistas defensivos, eles que, na hora de atribuir prémios e dar destaque, acabam por ficar atrás dos avançados que marcam golos e fazem delirar as bancadas.
Este sábado, o Manchester City de Pep Guardiola, saído de uma época em que venceu a Premier League, Taça de Inglaterra e a tão ansiada Liga dos Campeões, não teve pejo em pagar 90 milhões de euros por Josko Gvardiol. Um central canhoto, de 22 anos, saído da academia do Dínamo Zagreb, desenvolvido no RB Leipzig e apresentado no Mundial-2022 onde fez exibições que encantaram o mundo.
Tira um peso de cima de Harry Maguire, ele que liderava a lista dos centrais mais caros, um rótulo que foi sempre mais uma maldição que uma bênção.
Vejamos então os defesas mais caros do mundo:
Harry Maguire (Leicester – Manchester United)
Cinco verões volvidos é uma daquelas transferências que parecem não fazer sentido. Em 2019, o Manchester United despendeu 87 milhões de euros para trazer Harry Maguire do Leicester. E na altura, fez sentido.
Mais conhecido pelo meme em que foi fotografado a falar com três mulheres na bancada (uma delas seria a futura mulher), por algumas exibições desastrosas e altercações com a polícia durante as férias na Grécia, o agora ex-capitão do Manchester United era o principal alvo do Manchester City de Pep Guardiola em 2019.
Com uma carreira feita a pulso – subiu do Hull City, passou pelo Sheffield United e afirmou-se no Leicester – e exibições soberbas no Mundial-2018 – dominou no ar e até mostrou qualidades no passe – Maguire parecia o central que ia liderar a linha defensiva de um clube de topo. E até teve uma estreia positiva, quando foi eleito o melhor em campo na estreia (4-0 ao Chelsea).
Contudo, a apetência para alguns erros infantis não desapareceu, algo que os adeptos não conseguem perdoar a um jogador que bateu recordes e cujo salário deixa qualquer um assoberbado. Sem braçadeira, parte para a próxima temporada como apenas mais uma hipótese.
Matthijs de Ligt (Ajax – Juventus)
Produto da formação do De Toemkost, Matthijs De Ligt foi um dos protagonistas de uma temporada histórica do Ajax. À dobradinha doméstica nos Países Baixos juntou-se um percurso incrível na Liga dos Campeões, em que só o Tottenham colocou um ponto final no acesso à final da prova milionária.
Valorizado, o central neerlandês mudou-se para Juventus em 2019, onde era apontado como a pedra basilar para o que se seguiria ao declínio da dupla Bonucci – Chiellini, que tantas alegrias deu aos adeptos da equipa de Turim.
Chegou ao lugar errado, na altura errada. Apanhou o declínio da Juventus em Itália, numa equipa que pareceu perder o norte do projeto desportivo e sofreu com isso, com exibições oscilantes, que não demonstraram a verdadeira qualidade.
Após três anos rumou ao Bayern Munique, onde se tem afirmado.
Virgil van Dijk (Southampton – Liverpool)
Talvez o exemplo maior da máxima de Phil Jackson. No inverno de 2018 foi contratação recorde do Liverpool, mas era exatamente aquilo que a equipa de Jurgen Klopp precisava.
Patrão defensivo dos reds, foi um dos esteios que permitiu acabar com o jejum da Premier League e ainda conquistar uma Liga dos
Campeões. Passou a ser também ele o barómetro da equipa e se a última época não correu bem, em muito se deveu também a uma queda de forma do neerlandês que cometeu alguns erros pouco habituais.
Ainda assim, aos 32 anos é reconhecido como um dos melhores defesas do mundo e herdou a mítica braçadeira de capitão de Jordan Henderson.
Wesley Fofana (Leicester – Chelsea)
Faz parte do leque de contratações milionárias do Chelsea em 2022/23. Produto da formação do Saint-Étienne, destacou-se no Leicester e de imediato atraiu a atenção da equipa londrina que procurava remodelar a defesa.
Contudo, os muitos problemas físicos impediram-no de dar o contributo esperado. E também não será em 2023/24, já que se lesionou com gravidade na pré-época e aguarda-lhe uma longa recuperação.
Lucas Hernández (Atlético Madrid – Bayern)
É raro ver o Bayern gastar somas avultadas, mas em 2019 perdeu a cabeça por Lucas Hernández. Polivalente defesa (lateral-esquerdo ou defesa central), o francês rumou à Baviera para ajudar a consolidar um gigante alemão que tinha olhos na Europa.
Fiável, não deslumbrou e ajudou a equipa a concretizar o objetivo, já que se sagrou campeão europeu em 2020, em Lisboa, numa final em que não foi titular. Perdeu a vaga para Alphonso Davies e acabou por sair esta temporada para o PSG, quando faltava apenas um ano para terminar o vínculo.