Judo: Federação diz que Portugal falha grand prix em 2025 por falta de financiamento
“Nós para o ano tínhamos um grand prix e eu já tive o cuidado de dizer que em 99,9% de hipóteses não o vamos realizar, porque aí então era um suicídio para a Federação Portuguesa de Judo”, assumiu Sérgio Pina.
Neste sentido, o presidente da FPJ adiantou à agência Lusa que vão reunir com a Federação Internacional de Judo, “numa primeira fase, deve ser fácil, porque estas entidades também compreendem o momento difícil que a federação (portuguesa) passa”.
O presidente falava no final da cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da FPJ para o quadriénio de 2024/28, em Viseu, sua cidade natal e que acolheu a cerimónia.
“Tem de haver um realismo do tamanho do mundo para não nos deixarmos levar, porque vamos organizar mais um grand prix, mais um campeonato do mundo. Não temos condições sem que haja um forte apoio por parte de quem nos tutela e esse apoio também não acontece”, acrescentou.
Sérgio Pina disse que a dívida, atualmente, da instituição que lidera "deve rondar os 600.007/700.000 euros” e “tem a ver com as provas internacionais que foram contratualizadas” para se realizarem em Portugal.
“E não houve a preocupação de garantir o apoio dos FI, ou seja, o valor que tem de ser pago à federação internacional de judo para ter essa prova e esses valores rondam os 250.000 por cada prova”, justificou.
O grand prix aconteceu nos últimos três anos em Portugal, desde 2022, no início do ano, janeiro, fevereiro, sendo que as duas primeiras edições decorreram em Almada, distrito de Setúbal, e este ano, em Odivelas, distrito de Lisboa.
“Havia uma quarta agora em 2025 e, por cada vez que realizamos uma prova destas, temos de pagar à Federação Internacional de Judo 250.000 euros e nós não temos essa capacidade”, reconheceu.
O grand prix é a segunda prova mais importante do circuito internacional, logo a seguir ao grand slam, nas etapas para as provas mundiais e europeias de judo.
Sérgio Pina foi eleito em 12 de outubro com 31 votos, contra 18 de José Mário Cachada e oito da lista liderada pelo ex-presidente federativo Jorge Fernandes, num escrutínio que contou ainda com dois votos nulos.