Le Graët retira queixa por difamação contra a ex-ministra francesa Oudéa-Castéra

O Tribunal de Justiça da República, único tribunal competente para julgar os membros do governo no exercício das suas funções, ordenou que Oudéa-Castéra fosse julgada a 3 e 4 de dezembro pelas declarações que fez enquanto ministra sobre a gestão de Le Graët na FFF.

"Em caso de julgamento, teria de falar em tribunal sobre as infrações repetidas na sua linguagem e no seu comportamento, que a levaram a demitir-se da FFF", escreveu a antiga ministra no X, depois de ter recebido a notícia.

A retirada da queixa por difamação põe fim ao processo.

Le Graët demitiu-se em 2023, na sequência de um relatório da Inspeção Geral da Educação, do Desporto e da Investigação (IGESR) que concluiu que o seu comportamento era "incompatível" com as suas funções e "a exigência exemplar" do seu cargo, num contexto de alegações de assédio sexual.

Horas depois da sua saída, o seu advogado anunciou uma ação judicial, acusando a ministra de ter "mentido" sobre o relatório, e apontou diferenças entre o resumo do documento, que falava de "palavras" e mensagens "ambíguas" ou "claramente sexuais", e a sua edição integral.

Em outubro, a justiça francesa rejeitou a acusação de assédio sexual contra o antigo presidente da FFF. "A justiça falhou. Noël Le Graët explicou-se em pormenor, foi acreditado e ilibado", declarou o seu advogado à AFP.

Noël Le Graët, de 82 anos, presidiu ao organismo durante 11 anos, período em que a seleção nacional masculina de futebol venceu o Mundial-2018 e foi finalista em 2022, derrotada nos penáltis pela Argentina.