Maior grupo criminoso do Brasil infiltra-se no futebol português, CD da FPF vai abrir inquérito
Ulisses de Souza Jorge, empresário FIFA conhecido por ser agente de Éder Militão, está, alegadamente, no centro desta operação que já envolve mais do um clube.
Tudo começou quando o empresário fez um oferta para entrar na SAD do Varzim, atualmente na Liga 3, há praticamente um ano, num negócio que acabou por não se concretizar, mas que teve contornos nefastos para as contas, já de si no vermelho, do emblema poveiro.
Segundo o Público, Ulisses Jorge assinou um acordo com Edgar Pinho, na altura presidente do Varzim, para um empréstimo de 650 mil euros para fazer face a problemas de tesouraria, com a promessa que a entrada na SAD seria mais tarde aprovada em Assembleia Geral.
Como tal não aconteceu, a SAD do Varzim não só teve de devolver os 650 mil euros, que chegaram às contas do clube por partes e de pontos diferentes, com 250 mil euros a serem entregues em dinheiro, como ainda foi obrigada a pagar 610 mil euros de indemnização à empresa ULS, criada no Reino Unido, a 7 de agosto e atualmente a preparar-se para ser dissolvida.
O Varzim acabou por ficar com uma dívida perto dos 1,2 milhões de euros, mas isso não fez com que Ulisses de Souza Jorge e restantes membros do alegado esquema deixassem de procurar clubes portugueses para novos investimentos.
Juntamente com o advogado Christiano Lino de Menezes, investigado no Brasil por ligações à organização criminosa PCC, Ulisses Jorge fez uma oferta de 2 milhões de euros para entrar na SAD do Vilaverdense e 2,5 milhões de euros ao Felgueiras, sendo que ambas acabaram por ser recusadas. Uma oferta semelhante à AD Fafe teve uma resposta diferente.
Atualmente, a SAD do Fafe é liderada pelo ex-jogador Derlei, que chegou a ser associado à potencial nova SAD do Varzim, em nome da UJ - Football Talent, sociedade do agente Ulisses Jorge que tem sede em Portugal.
Mais tarde, o CD da FPF comunicou que vai abrir um processo de investigação na próxima reunião.
"Face à notícia que denuncia financiamentos de origem criminosa em clubes e em transferências de jogadores, o CD decidiu que na próxima reunião vai abrir processos na Secção Profissional e da Secção Não Profissional”, diz o comunicado", cita, por seu lado, o Diário de Notícias.