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Menos gente, mas com a mesma paixão: o espírito paralímpico sobrevive em Paris

O campo de futebol para invisuais ao pé da Torre Eiffel
O campo de futebol para invisuais ao pé da Torre EiffelDavid Ramos / GETTY IMAGES EUROPE / Getty Images via AFP
Com menos pessoas nas bancadas e sem multidões nos recintos dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024, o espírito olímpico sobrevive graças à dedicação dos participantes e à magia imutável de alguns dos locais emblemáticos do evento.

Um deles, o Estádio da Torre Eiffel, continua a ser o mais animado, tendo trocado o voleibol de praia pelo futebol de 5 adaptado. A areia deu lugar a um tapete sobre o qual os jogadores invisuais surpreendem os espectadores.

Louis e Benoît, dois amigos franceses de 25 e 31 anos, estão a conversar animadamente junto ao estádio, visivelmente satisfeitos depois da vitória de segunda-feira por 2-0 entre a China e a Turquia.

"É exatamente o mesmo ambiente" que durante os Jogos, diz Louis, que já assistiu a vários eventos nos últimos Jogos Olímpicos, enquanto Benoît acrescenta: "É extraordinário e, ao mesmo tempo, permite descobrir um desporto".

Visibilidade para os atletas

De facto, apesar do silêncio necessário para que os jogadores possam ouvir as instruções do guarda-redes e os sinos à volta da bola, o público aproveita cada pausa para aplaudir, cantar e acenar.

Mesmo nos minutos de jogo, os adeptos encontram uma forma de aplaudir em silêncio.

"A onda silenciosa foi magnífica", diz Roman Palu, uma francesa vestida com as cores do país, acompanhada por uma amiga.

Mas as imagens ao pé da Torre Eiffel, o local que tem sido o centro das atenções desde julho, não se repetem em todos os locais, como a Arena Sud, em Paris, na Porte de Versailles.

Fotos em frente ao símbolo dos Agitos

Este recinto acolhe dois dos desportos específicos dos Jogos Paralímpicos e sem equivalente nos cinco ringues: o golfe e o boccia.

Aurelién Coudert, 26 anos, que veio com um dos passes "Discovery", que permite assistir a vários eventos no mesmo dia por apenas 24 euros, afirma: "Há menos gente, talvez por causa do regresso às aulas. Na cerimónia de entrega das medalhas de boccia, as bancadas estavam meio cheias", conta o jovem.

No recinto, os controlos de segurança e a circulação entre os edifícios decorreram sem problemas, com poucas multidões ou filas na tenda oficial, nas bancas de comida ou em frente à estátua dos Agitos, símbolo dos Jogos Paralímpicos e local preferido para fotografias de grupo.

Mas para quem vem de fora e sem entrar em comparações com os Jogos Olímpicos, a experiência continua a ser positiva.

"Atmosfera olímpica"

"Sente-se o ambiente olímpico e os atletas paralímpicos são muito vistos na rua, o que ajuda a espalhar a palavra", diz Gemma León, uma espanhola de 58 anos para quem o ambiente dos eventos está a ser "impressionante".

No final do dia, a estrela do espetáculo continua a ser o caldeirão olímpico, um balão de ar quente que paira sobre os Jardins das Tulherias, junto ao Museu do Louvre.

O desmantelamento antecipado do recinto olímpico na Place de la Concorde significa que há muito menos pessoas na longa Rue Rivoli, adjacente aos jardins, mas à medida que o anoitecer se aproxima, os visitantes começam a esperar nessa e noutras artérias próximas e em frente à esplanada da famosa galeria de arte.

Menos pessoas, apesar dos 2,3 milhões de bilhetes vendidos para o evento, mas símbolos que persistem e uma atmosfera que, apesar dos decibéis mais baixos, mantém a paixão intacta: o espírito olímpico persiste em Paris no início da sua última semana.