Milhões sem golos: Um Chelsea desencontrado com a baliza
“Tenho a certeza que existem pessoas que pensam que eu sou o problema. Acho que estão erradas. Não sou arrogante ao ponto de dizer que não é uma opinião que interessa discutir, mas estou mias focado em ajudar a equipa a ultrapassar este período”. As palavras de Graham Potter após a derrota contra o último classificado Southampton, com Rúben Selles como treinador interino, fizeram disparar a fúria dos adeptos do Chelsea.
Após mais de 600 milhões de euros gastos em dois mercados de transferências, o conjunto londrino atravessa uma crise na Premier League. Atualmente no 10.º posto está há quatro jogos sem vencer (três empates e uma derrota) e em três deles não conseguiu marcar nenhum golo.
Feitas as contas ao somatório total, o Chelsea apontou 23 tentos em 23 partidas. Se quisermos traçar uma comparação, Erling Haaland, atual melhor marcador do campeonato, tem 26 golos no mesmo número de jogos. Muito curto para um conjunto que tem no ataque nomes como Sterling, João Félix, Kai Havertz, Mudryk, Madueke, Ziyech, Mason Mount, nenhum finalizador, é certo, mas jogadores capazes de encontrar a baliza contrária.
A finalização está a ser claramente uma pecha na equipa londrina que tem conseguido chegar à área adversária, criar perigo, mas na hora de enviar a bola para o fundo das redes… não consegue. Durante esta sequência de resultados, só João Félix conseguiu marcar, diante do West Ham.
Olhando para os números destas partidas, existe algo que salta à vista. Durante esta sequência negativa, o Chelsea esteve sempre mais perto do golo que o adversário. Mesmo no embate com o Liverpool, a equipa de Graham Potter teve menos remates enquadrados com a baliza, mas foram mais perigosos (a probabilidade de resultarem em golo, o xG, foi maior).
Este foi um tema recorrente na derrota com o Southampton. Os londrinos fizeram o mesmo número de remates enquadrados com a baliza que os Saints, voltaram a ter mais perigo, mas não conseguiram concretizar.
Olhando para o local de onde esses remates foram feitos, é fácil de perceber que o Chelsea consegue chegar às zonas de finalização dentro da área (só seis dos 17 remates foram feitos fora da área), mas peca na hora de acertar na baliza (só três disparos dentro da área fora à baliza de Gavin Bazunu).
Um problema para Graham Potter resolver. Se é certo que a equipa consegue chegar às zonas de finalização, a eficácia dos remates está a falhar.