Ministros da União Europeia querem evitar desporto a branquear regimes antidemocráticos
"Conversámos sobre o que os Estados-membros podem fazer para fortalecer as organizações internacionais e pressionar para o respeito dos direitos humanos, a abertura e a transparência. É claro que o desporto não deve servir para normalizar e legitimar uma guerra de agressão. Não pode haver branqueamento”, sublinhou o ministro sueco dos Assuntos Sociais e Saúde Pública, Jakob Forssmed, cujo país preside ao Conselho da UE.
Nesse contexto, o responsável especificou que “alguns Estados-membros” se pronunciaram contra a participação de atletas russos e bielorrussos em competições desportivas internacionais, devido à invasão da Ucrânia.
“Houve um consenso muito amplo de que os Jogos Olímpicos não podem ser uma vitrina para um regime que provocou uma guerra que causa dor sem qualquer justificação”, realçou o ministro espanhol, Miquel Iceta, numa altura em que o Comité Olímpico Internacional ainda não tomou uma decisão quanto a Paris-2024.
Durante o Conselho, no qual também se abordou o papel do desporto na inclusão e coesão social, o vice-presidente da Comissão Europeia, responsável pela pasta da Promoção do Modo de Vida Europeu, Margaritis Schinas, acusado de alegadamente fazer lóbi pelo Qatar quanto ao Mundial-2022 de futebol, defendeu que “os grandes eventos devem defender as liberdades políticas e os direitos dos participantes" ao invés de se tornarem “um instrumento de propaganda".
O Conselho da UE entende que as organizações desportivas estão “mal equipadas para combater as várias ameaças à sua integridade”, citando como exemplos os escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro, doping e más condições laborais.
Os ministros exploraram formas de reforçar os direitos humanos, abertura e transparência na adjudicação e execução dos acontecimentos desportivos internacionais, bem como nas atividades dos partidos nacionais europeus e organizações desportivas.