Momento Flash da semana: o grito de revolta de João Félix
Houve Liga dos Campeões a meio da última semana, mas em Espanha só se falava de uma coisa: o reencontro entre João Félix e o Atlético Madrid. O português ainda tem contrato com os colchoneros, mas pela primeira vez estava do lado de lá, pronto a mostrar a Diego Simeone os motivos que levaram o clube madrileno a apostar na sua contratação, em 2019. E pode dizer-se que o antigo jogador do Benfica não se conteve.
A pressão antes da partida era enorme. O momento de Félix (e do Barcelona) não era o melhor antes da receção ao FC Porto. Depois do impacto inicial, o português não marcava desde 09 de setembro pelos catalães. No entanto, esta era uma semana especial e João Félix encarou-a como se fosse a mais importante da carreira.
Como tem sido habitual nos últimos anos, os dias que antecederam o jogo entre Barcelona e Atlético Madrid foram marcados por declarações e perguntas sobre o português. Enrique Cerezo, presidente dos colchoneros, Antoine Griezmann, antigo colega de João Félix em Madrid, e o próprio Diego Simeone falaram sobre a passagem do avançado pelo Civitas Metropolitano. Félix, como tem sido seu apanágio, também não ficou em silêncio.
"Óbvio que há coisas que podia ter feito melhor, eu e todos. As coisas não correram bem. A culpa não é só de um, mas de vários", atirou, em declarações à Movistar.
A (Felix)idade em e do Barcelona
Declarações à parte, foi no campo que João Félix foi mais claro nas intenções de deixar o Atlético, se possível para continuar na Catalunha, onde se sente mais solto e livre para mostrar o seu futebol. E quando o consegue fazer...
Encostado à esquerda, mas com liberdade de movimentos, Félix dificultou a vida aos adversários que o encontraram pela frente. Molina saiu ao intervalo, Azpilicueta entrou e viu logo um amarelo por entrada dura sobre o português.
A exibição de Félix está recheada de pequenos momentos de classe, mas nenhum tão marcante como o do minuto 28. Raphinha colocou no internacional português, o primeiro toque aproximou-o da baliza e, à saída de Oblak, picou por cima do guardião colchonero. Cerezo não queria que festejasse, mas... basta ver as imagens.
O golo de Félix (e a exibição até ao minuto 77, altura em que saiu de campo) foi fundamental para a vitória do Barcelona frente ao Atlético, que estava a ameaçar entrar de forma ainda mais declarada na luta pelo título, mas acima de tudo ajudou o português a afastar alguns fantasmas que o assombravam há vários anos.
"Foi uma celebração espontânea, no calor da partida. Foi como um alívio por tudo o que vivi, sobretudo no último verão. As pessoas mais próximas de mim sabem o que aconteceu e foi mais para eles", contou, no final da partida.
O regresso à equipa com a qual tem contrato até 2029 parece improvável, mas até já se pode pensar no jogo da segunda volta, no Civitas Metropolitano. Prevê-se uma receção a lembrar os tempos de Luís Figo no Camp Nou. Para já, fica o golo e um beijo de despedida.