Montella sente-se realizado na Turquia: "Sou um melhor treinador"
Vincenzo Montella está satisfeito profissionalmente e também humanamente com a sua experiência na Turquia, onde está desde o final de 2021, primeiro a treinar o Adana Demirspor e mais tarde a seleção turca, que levou aos quartos de final do Euro-2024.
"Após três anos na Turquia, sinto-me um treinador diferente e melhor", disse durante o primeiro "Dia do Desporto Italiano no Mundo", uma iniciativa desejada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, que a Embaixada de Itália na Turquia organizou no cenário do Palazzo di Venezia em Istambul, convidando, para além de Montella, o treinador da equipa nacional de voleibol feminino turca, Daniele Santarelli.
"Sinto-me muito bem, sou napolitano e, por isso, muito próximo da mentalidade turca. Aqui sinto que regressei um pouco às minhas origens, à minha infância e adolescência que passei numa pequena cidade perto de Nápoles, sinto-me muito integrado", disse à ANSA o antigo avançado da Sampdoria e da Roma, mostrando-se também satisfeito com a decisão da UEFA de atribuir o Euro-2032 à Itália e à Turquia.
Características de campeão
"Estou feliz. Na Turquia há definitivamente instalações e estádios de última geração. Será um evento que unirá ainda mais os dois países", diz Montella, que da Turquia não perdeu de vista a Serie A, onde jogam muitos jogadores turcos que treina, como Kenan Yildiz, de 19 anos, o número 10 da Juventus.
"Ele tem características de campeão, já para estar a este nível com a sua idade. Certamente ele precisa de crescer, precisa de tempo, precisa de cometer erros, precisa de paciência com aqueles que o rodeiam e parece que isso não falta na Juventus", diz Montella, elogiando também o médio do Inter, Hakan Calhanoglu, chamando-lhe "o melhor na sua função a nível mundial nos últimos anos".
Montella não faz previsões sobre o campeonato que agora começou, embora diga que "no papel, o Inter é provavelmente a equipa mais forte, porque tem provas dadas, mas há a Juventus, há o Milan, há o próprio Nápoles, que é sempre uma equipa muito competitiva" e "podem sempre acontecer surpresas".
O sonho de Santarelli
Daniele Santarelli, 43 anos, natural de Foligno, também parece ter encontrado o seu espaço na Turquia.
"É um dos melhores países onde se pode fazer este trabalho e da melhor maneira. O que consegui alcançar deixa-me orgulhoso, mas acredito que a federação e as raparigas foram suficientemente maduras para conseguirem alcançar algo importante", afirma o treinador, referindo-se às medalhas de ouro na Liga das Nações de Voleibol Feminino e no Campeonato do Mundo de 2023, objetivos nunca antes alcançados pela seleção nacional de voleibol, que o levaram a ser muito acarinhado pelo público turco.
Apesar do fracasso da equipa em conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos deste verão, Santarelli está de olhos postos no futuro: "Temos de ter como objetivo ganhar sempre alguma coisa".
O italiano não esconde a emoção por ter defrontado a seleção do seu país nos Jogos Olímpicos.
"Jogar os meus primeiros Jogos Olímpicos contra a Itália como adversário a derrotar foi algo maravilhoso para mim, teria sonhado com uma final com a Itália, infelizmente enfrentámo-nos nas meias-finais, foi muito difícil para nós", diz o treinador que tem um contrato de mais quatro anos na Turquia até aos Jogos Olímpicos de Los Angeles.
"Penso que as raparigas se apercebem desta responsabilidade, não só de poderem e terem de tentar alcançar algo importante através do jogo, mas também de provarem que são mulheres e que podem fazer algo grandioso. Penso que elas se apercebem desta responsabilidade e penso que muitas mulheres se identificam com elas", afirma Santarelli sobre as jogadoras turcas, que são verdadeiras estrelas nas redes sociais e que, após o Campeonato do Mundo, se tornaram ídolos dos mais jovens.