"Eu só quero a vitória, é a única coisa que me motiva". Charles Leclerc foi categórico quando respondeu à pergunta do Flashscore no briefing de imprensa no Mónaco, na quinta-feira.
Apesar da fome de triunfo, o piloto local nunca teve a oportunidade de subir a qualquer degrau do pódio na sua corrida caseira desde que entrou na Fórmula 1. Mais consistente nesta temporada e com um carro que pode tentar rivalizar com a Red Bull ou superar a McLaren, o número 16 pode finalmente ver o vento soprar a seu favor neste fim de semana no Principado.
Quatro pódios, segundo na classificação dos pilotos
As coisas estão a correr melhor do que no ano passado para a Ferrari e Leclerc. Em oito corridas, ou seja, após o primeiro terço da temporada, o monegasco terminou sempre entre os 4 primeiros, subiu ao pódio quatro vezes e está atualmente em segundo lugar na classificação dos pilotos (113 pontos). São bons desempenhos, reforçados por um SF24 muito mais rápido e potente que o seu antecessor.
"A consistência é importante num campeonato, isso é certo. No ano passado, quando olhamos para a época, houve muitas oportunidades perdidas. Quando olho para o início da temporada, como equipa, não houve muitas, o que é um ponto forte, especialmente quando se olha para os pontos na classificação", disse o piloto da Ferrari na quinta-feira.
Com uma vantagem sobre Sergio Pérez (107 pontos) e Lando Norris (101 pontos), ele ainda está um pouco à frente do pelotão, mas continua competitivo e confirmou seu desejo de permanecer na disputa pelo título. Mais atrás de Max Verstappen (161pontos), ele pretende conquistar ainda mais pontos e alcançar o neerlandês nas próximas corridas.
"Só ficarei totalmente satisfeito quando estivermos no degrau mais alto do pódio", disse: "Para isso, teremos de aproveitar as próximas oportunidades que surgirem, mas até agora tem sido uma boa parte da época. Fizemos algumas melhorias em Imola. Não foi necessariamente a melhor pista para as avaliar. Também não será a melhor aqui, mas espero que no resto da época nos ajude a aproximarmo-nos da Red Bull".
Hora de vencer?
Como um piloto que gosta de flertar com os limites do monolugar, o monegasco sabe o que tem de fazer para levar o carro até onde quer que ele vá. Nas ruas onde costumava ir para a escola quando era mais novo, terá de continuar onde parou na semana passada e apontar à pole. A qualificação é uma das tarefas mais importantes no Mónaco porque é praticamente impossível ultrapassar, pelo que a parte mais difícil será no sábado. No entanto, ele terá de aplicar o que tem vindo a trabalhar com a sua equipa.
"Se olharmos para o início da época, o ponto fraco do carro eram as curvas lentas. E no Mónaco, tudo são curvas lentas...", admitiu mais tarde na conferência de imprensa: "Mas o Mónaco é tão único. Em termos de afinação, estamos numa situação bastante extrema. Por causa dos solavancos, vibrações, etc., estamos a entrar um pouco no desconhecido. Em 2021, não esperávamos ser rápidos e, no final, fomos. Este fim de semana, penso que vai estar em linha com o que fizemos este ano, ou seja, bastante perto da McLaren e da Red Bull".
Para não pensar na sequência de acontecimentos que o amaldiçoaram (2018 e a sua colisão, 2019 e o seu acidente, 2022 e o erro de estratégia, ou 2023 e a sua penalização), pretende"concentrar-se em si próprio". Quanto mais trabalho conseguir fazer em equipa e nas condições certas, melhores serão as suas hipóteses de chegar ao pódio, ou mesmo à vitória.
"Estou mais concentrado no processo do que no resultado em si", explicou: "Até agora, tivemos muito pouco sucesso no Mónaco. Não tenho dúvidas de que o resultado será finalmente o correto se fizermos tudo na perfeição. Em Imola, foi realmente muito limpo. Demos alguns passos em frente. É difícil antecipar o sábado, mas o risco assumido pelo piloto fará a diferença. Aqui, podemos ter surpresas quando estamos à procura do limite e espero que o carro seja rápido para estarmos, pelo menos, entre os três primeiros".