Depois de mais de dois anos em dificuldades, Hamilton terminou a longa série sem vitórias no Grande Prémio da Grã-Bretanha com o nono triunfo, em Silverstone, um recorde, e espera repetir a façanha no calor intenso da pista onde, no ano passado, garantiu a sua mais recente pole position.
Após o sucesso emocional perante uma multidão veneradora na chuva de Inglaterra, Hamilton disse sentir-se entusiasmado com a perspetiva de voltar a uma pista onde obteve várias vitórias memoráveis na carreira.
"Eu adoro a Hungria. E por isso estou definitivamente ansioso por ir. A trajetória em que estamos agora e o facto de parecer que o carro está mesmo a começar a ganhar vida e a sentir-me bem (dentro dele). Mal posso esperar", admitiu.
O sete vezes campeão do mundo, de 39 anos, venceu no Hungaroring - um circuito apertado, sinuoso e muitas vezes poeirento, 22 quilómetros a norte de Budapeste - na sua época de estreia pela McLaren, em 2007, e novamente em 2009 e 2012.
Depois de mudar para a Mercedes, continuou a saborear o desafio único de uma pista frequentemente descrita como "Mónaco sem muros" e venceu novamente em 2013, 2016, 2018, 2019 e 2020.
Se conseguir um lugar no pódio este domingo, será o 200.º da sua carreira, e uma pole position seria a 10.ª e um recorde, feitos marcantes que o distinguem, numa altura em que tenta acrescentar à sua vitória na Grã-Bretanha depois do triunfo do companheiro de equipa George Russell na Áustria.
Ambos sabem, no entanto, que não serão favoritos, apesar do sucesso recente, já que o atual tricampeão Max Verstappen, da Red Bull, tenta completar um hat-trick de vitórias no circuito após os triunfos em 2022 e no ano passado.
"O ano passado foi brilhante. Tenho boas recordações das corridas aqui e no ano passado alcançámos a nossa 12.ª vitória consecutiva. Por isso, espero que possamos ter uma grande corrida novamente", disse Verstappen.
Meio da época
O neerlandês lidera a corrida pelo título com 84 pontos de vantagem sobre o rival mais próximo e amigo Lando Norris, da McLaren, à medida que a temporada chega a meio após 12 das 24 corridas programadas. O chefe de equipa Christian Horner espera uma luta renhida.
"Vai ser interessante ver o nosso desempenho (na Hungria). Pode estar muito calor e penso que vão ser os pilotos habituais que estão a ser rápidos neste momento e vai ser muito, muito renhido outra vez ", disse ele.
Isso sugere que Horner considera que a Red Bull vai lutar com a McLaren e a Mercedes, mas com a Ferrari provavelmente a voltar à forma num circuito mais apertado - não muito diferente do Mónaco, onde Charles Leclerc ganhou uma vitória emocionante em casa em maio.
Com o Grande Prémio da Bélgica em Spa-Francorchamps na semana seguinte, a dupla jornada oferece uma oportunidade para as equipas causarem um impacto significativo antes de a Fórmula 1 fazer a paragem de verão em agosto.
Isto vai trazer mais pressão para Sergio Perez, que está em dificuldades na Red Bull, e espera colocar um ponto final numa série de pesadelo, tendo somado apenas 15 pontos nas últimas seis corridas, desde que prolongou o seu contrato.
A Ferrari também precisa de um resultado sólido de Leclerc, mas tem tido dificuldades com um recente pacote de atualização que falhou.
"Quando se está na ponta, tudo são ganhos marginais. A Mercedes foi muito rápida em Silverstone, conquistou a pole e a primeira fila e depois fez uma boa corrida... pelo menos o Lewis fez", recordou Horner.
O seu homólogo da Mercedes, Toto Wolff, admitiu: "Estamos num bom momento e obtivemos resultados importantes na Áustria e em Silverstone, mas ainda não temos um carro para lutar por vitórias todos os fins-de-semana. O Hungaroring tem um carácter muito diferente dos dois últimos circuitos. Vamos concentrar-nos em fazer o melhor que pudermos e esperamos manter a nossa trajetória", apontou.