A AFP Sport analisa três pontos de discussão do Grande Prémio de Singapura:
Não podes ganhar sempre
A série de vitórias da Red Bull chegou finalmente ao fim num fim de semana debaixo de holofotes, com Sainz a fazer uma corrida perfeita para agarrar a vitória da Ferrari. A última vez que Max Verstappen e Sergio Perez subiram ao degrau mais alto do pódio foi no Brasil, em novembro de 2022.
Dessa vez, foi George Russell que conquistou a primeira vitória da sua carreira na penúltima corrida da temporada passada. No domingo, em Singapura, o piloto da Mercedes foi em busca do segundo triunfo, quando bateu nas barreiras do implacável circuito de Marina Bay.
Esse momento fez com que Sainz, Lando Norris, da McLaren, e Lewis Hamilton, da Mercedes, cruzassem a meta lado a lado numa corrida emocionante até ao último suspiro.
Verstappen e Perez nunca estiveram envolvidos na luta pelo primeiro posto, num fim de semana que demonstro como a Fórmula 1 pode ser um espetáculo emocionante se a Ferrari, a Mercedes, a McLaren e a Aston Martin conseguirem reduzir a diferença em relação à Red Bull.
Infelizmente para os adeptos de corridas, é provável que este novo equilíbrio seja de curta duração, já que se espera que a Red Bull volte a rugir no circuito de alta velocidade de Suzuka, no Japão, no próximo fim de semana.
Verstappen é ainda o grande favorito para conquistar o terceiro título mundial consecutivo, mas vai ter de esperar um pouco mais. De qualquer das formas, a distância para o resto da grelha começa a diminuir e isso é um bom presságio para as sete corridas restantes desta temporada - e para 2024.
Sainz mostra a sua inteligência
Sainz revelou que abrandou na fase final da corrida para dar a Norris um "atrevido impulso de DRS atrevido" e que essa foi a chave para a vitória. O sangue frio de Sainz no calor da noite para manter o McLaren a menos de um segundo teve tanto de inteligente como de eficaz.
Como resultado, Norris foi capaz de aguentar a dupla da Mercedes, Russell e Hamilton, cuja aposta ousada de mudar para pneus novos a 18 voltas do fim ficou muito perto de funcionar.
Russell saiu das boxes 18 segundos atrás de Sainz, com Hamilton a reboque, e ameaçou uma vitória estrondosa ao ultrapassar Charles Leclerc e aproximar-se da traseira de Norris. Ficou ao lado desse McLaren na curva 16, a quaotr voltas do fim, mas não conseguiu colocar o nariz do carro à frente.
Sainz viu-o nos espelhos retrovisores e o racícinio rápido do espanhol fê-lo recuar quando o seu instinto poderia ter sido o de pôr o pé no acelerador.
"Eu sabia que ele estava com pneus duros e se houvesse a possibilidade de o George e o Lewis me ultrapassarem eu estava feito", explicou Sainz.
"Naquele momento, obviamente tive que mudar um pouco a estratégia. Tive de dar ao Lando um pouco de DRS atrevido e isso ajudou-nos a mantê-los atrás e a ganhar a corrida", revelou.
Novato Lawson impressiona
Liam Lawson teve um fim de semana de sonho no seu terceiro Grande Prémio, primeiro a ficar à frente de Verstappen na qualificação e, na corrida, a conseguir colocar o seu AlphaTauri no nono lugar para conquistar dois pontos, os primeiros do neozelandês no campeonato.
Há três semanas, Lawson era um espetador na parte de trás da garagem quando Daniel Ricciardo partiu a mão num acidente nos treinos livres em Zandvoort.
O piloto reserva foi atirado aos leões, mas lidou calmamente com a chuva e o caos das bandeiras vermelhas no GP dos Países Baixos e conseguiu terminar a corrida no 13.º lugar.
No primeiro fim de semana completo, em Monza, acabou no 11.º lugar com a trajetórias ascendente a culminar em Marina Bay, onde conduziu pela primeira vez num circuito complicado.
O perfeccionista de 21 anos disse que ainda há muito espaço para melhorias e pode ter a certeza de que a equipa Red Bull, mãe da AlphaTauri, está a seguir o seu progresso até agora impressionante.
"Preciso de resolver estes arranques, porque já são dois fins-de-semana seguidos em que perdi dois lugares na linha de partida", disse Lawson após a corrida. "Isso está a tornar a nossa vida mais difícil."