Opinião: É bom sonhar com Newey, mas será que ele vai escolher a Ferrari?
Após o rumor de que Adrian Newey tinha decidido deixar a Red Bull no final do ano, aparentemente devido ao clima criado na equipa após o caso Horner, os fãs da Ferrari começaram a sonhar com a chegada do designer inglês a Maranello.
Uma dupla Hamilton-Newey faz lembrar, de certa forma, a de meados dos anos 90, com Schumacher-Byrne, o eixo vencedor que, sob a direção de Jean Todt, permitiu à Ferrari colher êxitos. Se Newey é o Rory Byrne da época a ter em conta no circo, talvez o atual Hamilton não seja comparável a Schumacher (Verstappen seria mais), mas pela sua história continua a ser o piloto mais prestigiado.
Fatores pró-Ferrari
O piloto britânico mais bem sucedido com o designer que fez a Williams, McLaren e Red Bull grandes: uma dupla que faz os fãs da Ferrari sonharem, mas também uma que os próprios protagonistas adorariam trabalhar juntos. Então, que melhor oportunidade? Newey também carece de uma experiência no Cavalo Pranchoso (um pouco como faltou a Hamilton) para coroar a sua carreira, e o desafio de o trazer de volta à glória poderia atraí-lo.
Também não devem ser subestimadas, é claro, as pontes de ouro que a Ferrari lhe concederia (mas que já lhe tinham sido estendidas nos seus dias de Williams, antes de designer decidir renovar). Em suma, os elementos que poderiam sugerir uma união estariam lá, mas talvez estejamos a facilitar demasiado. Newey chegaria em 2026, uma vez que não poderia assinar por um concorrente direto durante 12 meses, ou seja, quando a mudança de regulamento fosse desencadeada. Um timing aparentemente perfeito.
Fatores pró-Aston Martin
Se há razões para sonhar com Newey na Rossa, há outras para imaginar o designer na Aston Martin, que também foi a primeira a contactá-lo, oferecendo-lhe cerca de cem milhões de dólares. Desde logo, a escolha de Alonso - um piloto tido em grande estima por Newey, que também o veria bem ao lado de Verstappen - para ficar, depois de ter recebido garantias de competitividade futura de Lawrence Stroll.
Que garantias? Será que é Newey? Além disso, o facto de a Aston Martin em 2026 estar equipada com unidades de potência Honda, ou seja, o mesmo material com que Newey trabalhou na Red Bull, uma ligação técnica sólida que poderá ter o seu peso na decisão. Por fim, o aspeto ambiental/familiar, uma vez que, ao aceitar a corte de Maranello, o designer inglês seria obrigado a sair de Inglaterra, impondo a escolha a toda a família, enquanto na Aston Martin estaria apenas a alguns quilómetros de casa.
Tudo elementos que acabarão por pesar na escolha do projetista, que poderá mesmo surpreender todos com uma escolha diferente destas (America's Cup?). Em suma, se é permitido sonhar, é melhor não se iludir demasiado com o risco de ficar desiludido.