George Russell: "Hamilton teria ficado na Mercedes com a sua atual forma"
Sete vezes campeão do mundo, Hamilton, o piloto mais bem sucedido de sempre da Fórmula 1, surpreendeu o desporto quando anunciou, em fevereiro, que iria correr pela equipa italiana na próxima época.
A Mercedes não ganhou nada em 2023, a sua primeira temporada em branco desde 2011, e Hamilton não estava no degrau mais alto do pódio desde 2021.
Os ex-campeões estão agora a perseguir uma terceira vitória consecutiva no Grande Prémio da Hungria deste fim de semana, com Hamilton a triunfar pela nona vez recorde na sua corrida britânica em casa e Russell na Áustria.
"Acho que ele não teria saído se a equipa estivesse a ter este desempenho. De maneira nenhuma ele teria saído, de certeza que não", disse Russell à Reuters.
"Para 2026, a PU (unidade de potência) está muito forte e tudo o que estamos a fazer com os combustíveis está a correr bem e há muito otimismo para nós nos próximos anos", continuou.
"Por mais difíceis que tenham sido estes últimos anos, parece que agora temos o ímpeto connosco", acrescentou Russell.
A Ferrari também venceu duas vezes este ano, mas a sua forma recente caiu e está em risco de perder o segundo lugar para a ressurgente McLaren.
"Acho que toda a gente quer mudar a certa altura", disse Russell sobre Hamilton.
"Ele está aqui há 12 anos e já alcançou muito com a equipa. Acho que para ele é emocionante ter essa mudança. Mas é claro que, se a equipa com que estás atualmente está a ganhar corridas e tudo parece fantástico para o futuro, só queres estar no carro mais rápido possível e não importa a cor do carro", explicou.
Ele estava na pole no Canadá e em Silverstone e foi um feliz vencedor na Áustria em junho, depois do líder do campeonato da Red Bull, Max Verstappen, e Lando Norris, da McLaren, terem colidido.
O britânico fez a volta mais rápida em Imola e Hamilton no Mónaco e no Canadá.
"Tem sido uma reviravolta incrível. No início deste ano, sabíamos que estávamos a dar dois passos atrás com o carro para termos a possibilidade de dar três passos em frente", disse Russell, que nem sequer pensava que fosse possível lutar por uma vitória antes da pausa de agosto.
"Quando se começa a época com o pé atrás, questionamo-nos se tomámos a decisão certa, mas as melhorias que trouxemos para Montreal proporcionaram muito desempenho e tempo por volta. Liderámos as últimas quatro corridas em vários momentos, fomos sem dúvida os mais rápidos na qualificação e na corrida em duas dessas quatro corridas. É realmente emocionante. Chegou numa ótima altura para nós. Parece que agora está tudo a funcionar", explicou.
Russell atribuiu o mérito ao diretor técnico James Allison, que regressou a tempo inteiro no ano passado, como uma figura chave na reviravolta de uma equipa que se manteve unida apesar das dificuldades.
"Parece a Mercedes de há uns anos atrás", acrescentou.
"Nunca é uma pessoa só, mas o facto de o James ter todas as ideias e seguir na direção certa e dar poder às pessoas para o fazerem tem sido fantástico", elogiou.
Russell, que superou Hamilton por 10 a 2 nesta temporada, apesar de haver apenas um ponto entre eles na classificação, disse que estava a ter um desempenho melhor do que nunca.
"Acho que nunca houve mais do que um ou dois décimos de diferença entre nós dois e isso me dá muita confiança", disse.
"Numa época diferente, sei que estaria a lutar por campeonatos do mundo. Agora espero que este seja o nosso momento, daqui para a frente", finalizou.