Miguel Oliveira e Raúl Fernández ficam sem contrato esta época, mas o seu futuro deverá continuar na Trackhouse. Em todo o caso, este é o desejo da Aprilia, a empresa-mãe, que está satisfeita com o desempenho do piloto português e do espanhol, apesar das críticas externas.
Para Massimo Rivola, o patrãod a Aprilia, esta seria a melhor solução, mesmo que não seja ele a tomar a decisão final, em conformidade com o acordo com Trackhouse: "É óbvio que temos uma palavra a dizer, eu digo o que penso, mas a decisão final caberá a Davide Brivio (a equipa principal, ndr) e a Justin Marks (o proprietário, ndr)".
Recém-chegada ao paddock nesta temporada, a Trackhouse substituiu a RNF, excluída pela Dorna, na mesma função. E como Rivola escolheu Oliveira e Fernández na altura, gostaria de ver a sua decisão confirmada. Não se trata (apenas) de uma questão de autoestima, mas também de uma questão de coerência em relação à equipa oficial, que vai disputar a temporada de 2025 com as chegadas da Ducati Jorge Martín (Pramac) e Marco Bezzechi (VR46):
"Vamos tentar fazer pressão para que esta decisão seja tomada, especialmente porque ao mudar dois pilotos do nosso lado, seria importante ter continuidade do outro".
Entusiasmado com a velocidade de corrida de Fernández e solidário com Oliveira, cuja época de 2023 foi marcada por várias quedas graves, Rivola estava convencido dos seus progressos. No entanto, Fernández, que monta um modelo nr.º 1, está em 12.º na classificação e, além de um bom fim de semana em Montmeló, onde terminou em 6.º no domingo depois de liderar o sprint no sábado, quase não brilhou.
A equação é a mesma para o Falcão, 15.º, mas numa Aprilia deste ano. O nome do ex-campeão mundial Joan Mir alimentou o moinho de rumores, mas o piloto oficial da Honda deve continuar com o fabricante japonês, apesar dos resultados deprimentes. Como lembrete, Mir foi coroado em 2020 com a Suzuki ao lado de... Brivio.
Trackhouse, o futuro produto da Liberty Media nos Estados Unidos
Conseguirá a Trackhouse ganhar peso com a chegada da Liberty Media ao leme do MotoGP? Já proprietária da Fórmula 1, a empresa norte-americana deverá oferecer mais etapas na América do Norte, o que poderá colocar a equipa satélite numa posição preferencial.
Outra vantagem é o facto de Davide Brivio ter acabado de completar 3 anos com a Alpine. É certo que teve menos sucesso do que com a Suzuki, mas esta incursão constitui uma verdadeira mais-valia, sem esquecer que Marks foi piloto da NASCAR, um desporto motorizado particularmente popular nos Estados Unidos.
"Há ideias em que pensei quando estava no MotoGP, como certas formas de organizar a box e a forma como a equipa de engenharia trabalha, que vi materializadas lá", contou Brivio recentemente durante um podcast oferecido pelo site oficial do MotoGP. "Há ideias que podem ser retiradas da garagem, da forma como a equipa trabalha, da forma como os mecânicos e os engenheiros interagem uns com os outros".
O transalpino de 59 anos também teve oportunidade de analisar a relação entre as várias equipas e a Liberty Media. Numa altura em que se espera um boom no MotoGP, tal como na F1, a Trackhouse poderá ser a grande beneficiária, porque, para captar o público americano, são necessários heróis americanos.
Neste momento, não há piloto, mas com uma equipa já no paddock, a popularidade do outro lado do Atlântico já é um dado adquirido. A encarnação em pista vai certamente esperar até 2026, 20 anos após o último título conquistado por um piloto americano, o falecido Nicky Hayden.