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Rali de Portugal: Presença feminina nos carros prova que “competência não tem género”

LUSA
Inês Ponte é a co-piloto de José Pedro Fontes
Inês Ponte é a co-piloto de José Pedro FontesInês Ponte Grancha
A presença feminina nos carros que competem no Rali de Portugal tem vindo a aumentar nos últimos anos, tendo a edição deste ano a presença de cinco navegadoras lusas, que provam que a “competência não tem género”.

Um dos meus objetivos na modalidade é mostrar às mulheres e às meninas que é possível estarem aqui e vingarem. Fico mesmo muito feliz por ver nas listas de inscritos dos ralis uma maior presença feminina. É um sinal de evolução deste desporto e da sociedade”, começou por dizer Inês Ponte à agência Lusa.

A co-piloto, de 39 anos, que está na competição automóvel há mais de duas décadas, sendo uma referência nos ralis, acredita que, pelo seu trabalho e competência, pode ser uma inspiração para que mais mulheres vinguem no automobilismo.

Quando me dizem que sou uma inspiração, fico feliz, mas envergonhada. Não sou femininista, mas acho que tem de haver uma igualdade. Já há uma mentalidade diferente, temos engenheiras nas equipas, mas há ainda barreiras a ultrapassar”, manifestou a navegadora, que há vários anos acompanha o piloto José Pedro Fontes, acrescentando: “Ainda me perguntam se sou capaz de mudar um pneu ou outras coisas do género. As mulheres conseguem fazer o mesmo trabalho dos homens, e às vezes até melhor”.

Inês Ponte, que volta a competir num Citroen C3, nota, ainda assim, o crescente interesse feminino pelos ralis, nomeadamente de jovens a quem deixa um conselho.

Tento sempre ajudar quem tem interesse por esta atividade, como também peço ajuda aos mais jovens quando preciso. O importante é não desistir. Não achar que temos menos valor, nem que já sabemos tudo. É começar num nível mais baixo, aprender com os erros e confiar no trabalho e dedicação”, partilhou a navegadora.

Dedicação é também a palavra-chave eleita por Magda Oliveira, outra das navegadoras presentes neste Rali de Portugal e que tem conciliado os estudos universitários de veterinária com o automobilismo.

É um desporto exigente em termos físicos e mentais e é preciso abdicar de muitas coisas para nos prepararmos e competir. Ainda estou a estudar e tento conciliar, porque, quando se tem paixão pelos ralis, tudo vale a pena”, disse à Lusa a jovem de 27 anos, que nesta prova vai orientar Hugo Lopes, num Peugeot 208.

Além de navegadora, Magda Oliveira também tem experiência como piloto, partilhando a ideia de que, como tudo na vida, também atrás do volante “a competência não tem género".

Quando se tem capacidade e empenho não interessa se se é homem ou mulher. A provar isso mesmo é que há cada vez mais mulheres no automobilismo. Quem quiser entrar no meio tem de se aplicar, estudar, aprender e, sobretudo, ter paixão pelo que faz. As oportunidades não são muitas e há que insistir e, claro, ter alguma sorte”, concluiu a co-piloto.