Fórmula 1: Russell admite que os pilotos estão "fartos" após problemas com a direção da FIA
Os pilotos já estavam em desacordo com o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, sobre uma série de questões, incluindo palavrões.
A Associação de Pilotos de Grandes Prémios, da qual Russell é diretor, emitiu uma declaração no início deste mês, pedindo ao Emirado que os tratasse como adultos e que não se importasse com a sua própria linguagem. A saída de Wittich do papel principal foi anunciada na semana passada, com os dois campeonatos ainda por ganhar.
"Não sabíamos de nada. Acho que foi uma surpresa para todos", disse Russell aos jornalistas no Grande Prémio de Las Vegas.
"É muita pressão agora sobre o novo diretor de corrida. Faltam apenas três corridas (nesta época)... muitas vezes, como pilotos, sentimos que somos os últimos a saber este tipo de informação. E quando nos envolve diretamente, seria bom estarmos informados e percebermos quais as decisões que estão a ser tomadas".
Russell garantiu que os pilotos estavam unidos e queriam transparência. O britânico disse ainda que não houve resposta do corpo diretivo à carta da GPDA e, embora alguns estivessem insatisfeitos com as decisões tomadas pelo diretor da corrida, "às vezes apenas contratar e demitir não é a solução".
"Vamos ver o que esta nova era vai trazer, mas sempre que há uma mudança, é preciso dar um passo atrás antes de dar os dois passos em frente", acrescentou o britânico.
Questionado diretamente sobre o grau de confiança dos pilotos na liderança da FIA, Russell mostrou-se inseguro, mas disse que o organismo - que tem assistido a várias saídas de alto nível - não era claramente "o mais estável dos lugares".
"Penso que se sentirmos que estamos a ser ouvidos e que algumas das mudanças que estamos a sentir, a pedir, são implementadas... então talvez a nossa confiança aumente", continuou.
"Mas sim, penso que há uma série de pilotos que se sentem um pouco fartos de toda esta situação. E parece estar a ir, até certo ponto, na direção errada".
Russell sugeriu que a FIA ou Ben Sulayem não se aperceberam da profundidade do sentimento entre os pilotos e que, embora não fosse difícil marcar uma reunião, fazer cumprir as promessas parecia um pouco mais difícil.
"Todos nós sabemos o que queremos do desporto e a direção que tem tomado e provavelmente sentimos que queremos dar uma pequena reviravolta numa série de tópicos e queremos apenas trabalhar em conjunto com a FIA sobre isso. E é isso que sentimos que não está a acontecer, pelo menos diretamente por parte do Presidente", concluiu.