Mundiais de Canoagem: Ouro para Maria Gomes, fava para Fernando Pimenta
O olímpico português procurava o ‘tri’ na prova curta, num trajeto de 3,4 quilómetros que liderava ao fim da primeira de duas portagens (atletas saem da água e correm com o caiaque cerca de 200 metros até voltar ao rio), contudo, em regata acidentada, terminou em terceiro, antes de saber que tinha sido penalizado em 15 segundos, o que fez cair para quinto.
Na rondagem após a primeira portagem, "embrulhou-se" com rivais e falhou duas boias, num incidente que permitiu aos dois primeiros fugir definitivamente, de nada valendo a Pimenta, que chegou a parar, o sprint final bem-sucedido.
Fernando Pimenta queixa-se de ter sido abalroado e a Federação Portuguesa de Canoagem ainda apresentou protesto, porém o mesmo não foi acolhido, pelo que o limiano se viu privado da sua 149.ª medalha em importantes provas internacionais.
O dinamarquês Mads Pedersen, que vinha de três pratas consecutivas na ‘short race’, as duas últimas atrás de Pimenta, venceu em 12.27,69 minutos, seguido do sul-africano Hamish Lovemore, a 13,56: com a penalização do português, o espanhol Ivan Alonso subiu a bronze, a 21,99.
Fernando Pimenta cortou a meta, assim, a 36,12, enquanto José Ramalho, que venceu este evento em 2021, foi 11.º, a 45,75.
O único pódio português do dia foi para o novo talento das maratonas, Maria Luísa Gomes, que no espaço de dois meses se sagrou campeã da Europa e do Mundo em K1, sendo que pelo meio completou 18 anos.
A canoísta limiana não começou da melhor forma, mas rapidamente recuperou e integrou o grupo da frente, um quinteto reduzido a trio após a última portagem no fim dos 19 quilómetros e que na longa reta para a meta viu a jovem lusa atacar cedo e manter-se firme na liderança, aguentando a reação das adversárias.
A limiana impôs-se em 01:28.37,47 horas, batendo no sprint final a sul-africana Geórgia Singe, segunda classificada, por 01,76 segundos, e a alemã Caroline Heuser, terceira, por 08,20.
Maria Rei, que apenas este ano se estreou nas maratonas, ainda discutiu as medalhas, contudo, com menor experiência nas portagens, perdeu terreno decisivo nessa fase e terminou em quarta, depois do quinto lugar no europeu na ‘short race’.
Em C1, Rui Lacerda, bronze nos Europeus de julho, largou muito mal, condicionando logo o seu desafio curto, que concluiu em 10.º, a 56,43 segundos do ouro do espanhol Ignacio Calvo, que ganhou em 14.51,24.
Ricardo Coelho foi 13.º, a 01.22,69 do rival ibérico.
Sexta-feira é o dia mais calmo para Portugal, uma vez que apenas compete Francisco Santos, em K1 sub-23, limitado pelo facto de ter fraturado recentemente a clavícula, tendo parado cinco semanas e falhado o Europeu, estando ainda em fase de recuperação.
“Queria lutar pela vitória, mas vai ser muito difícil. Tenho cinco semanas de desvantagem para os meus adversários, o maior obstáculo para ultrapassar. Há dois meses estava preparado, agora tenho naturais dúvidas, ainda não competi depois da lesão. Tenho treinado bem e sinto-me bem, mas é uma incógnita a minha reposta”, admitiu, em declarações à Lusa.
O canoísta português, que foi duas vezes campeão da Europa júnior e bronze mundial sub-23 em 2023 diz ser um atleta “resistente, persistente e com vontade de trabalhar no erro”, assumindo ainda “gostar muito de superar as dificuldades”.
Programa dos canoístas portugueses nos Mundiais de maratonas (horas em Lisboa):
- Sexta-feira, 20 setembro:
Sub-23:
15:45 K1 Francisco Santos (26,2 km).