A partida começou com mais de cinco minutos de atraso devido a problemas com as músicas dos hinos, que não chegaram sequer a tocar, mas os portugueses presentes em Novara aproveitaram o silêncio para motivar os jogadores da equipa de Paulo Freitas.
Portugal entrou com ímpeto ofensivo, com Zé Miranda e João Rodrigues a ameaçar a baliza de Carles Grau, mas foi precisamente depois da melhor ocasião da equipa espanhola - Pau Bargalló acertou em cheio na barra da baliza de Girão - que Portugal chegou à vantagem no marcador.
Hélder Nunes (16') deu o corpo às balas e, após combinação com Gonçalo Alves, finalizou com muita classe para o fundo da baliza espanhola. Na sequência do lance, o jogador português teve de ser assistido após ter sido atingido pelo stick de Nil Roca. Após a paragem, Xavi (17') aproveitou para marcar o primeiro golo na prova com um remate de longa distância que ainda bateu no poste antes de entrar na baliza espanhola.
Os dois golos de vantagem eram uma clara boa notícia para Portugal, especialmente tendo em conta o equilíbrio entre as duas seleções, comprovado pela recuperação rápida do conjunto espanhol, que chegou ao 2-2 graças a um bis de Marc Grau (17' e 18').
Esses foram os minutos mais loucos da partida e o jogo aberto deu espaço à magia de Ignacio Alabart (19'), que deixou os jogadores portugueses pelo caminho e bateu Girão para colocar pela primeira vez a equipa espanhola em vantagem no marcador.
Depois daquele bom arranque, Portugal deixou escapar a vantagem no espaço de pouco mais de dois minutos, mas Hélder Nunes voltou a aparecer para fazer o empate na sequência de um remate de longa distância que ainda desviou em Gonçalo Pinto (23'). No entanto, Portugal iria mesmo para o intervalo em desvantagem, depois de Pau Bargalló fazer o 3-4 a um minuto do final do primeiro tempo.
A segunda parte foi um exercício de sobrevivência e superação. Portugal superou-se para tentar dar a volta ao marcador, mas a seleção espanhol mostrou-se superior tatica e tecnicamente, acabando por conseguir segurar a margem mínima mesmo nos períodos de maior intensidade ofensiva de Portugal.
Descontente com a quebra que começava a ficar evidente na equipa portuguesa, à medida que o tempo ia passando, Paulo Freitas pediu uma pausa técnica e foi feliz, com Hélder Nunes (40') a fazer finalmente o empate. Além do 4-4, Portugal tinha outra boa notícia, isto depois de a Espanha ter atingido as 10 faltas quando faltavam nove minutos para o final.
Com o tempo a chegar ao fim, as duas equipas adotaram posturas cautelosas e parecia que a seleção espanhola iria ser mais feliz depois de Pau Bargalló bater Girão (48'). No entanto, no lance logo a seguir, Zé Miranda, que até tinha escorregado no lance do golo espanhol, rematou de longa distância, restabeleceu a igualdade no marcador (49') e levou a meia-final para o prolongamento.
Também aí as duas equipas foram alternando bons momentos. Espanha apresentou-se melhor na primeira parte, com Ignacio Alabart em destaque, mas Portugal teve uma grande ocasião na segunda parte quando João Rodrigues acertou na trave da baliza de Carles Grau. Sem que nada ficasse decidido, chegou o momento das grandes penalidades.
Girão defendeu dois remates, João Rodrigues colocou Portugal na liderança, mas Hélder Nunes desperdiçou a hipótese de fazer o 2-0, permitindo a Martí Casas deixar tudo empatado. Bargalló acabou por ser feliz com um remate que bateu no poste e nas costas de Girão para deixar a seleção espanhola na frente e a um penálti de conseguir a presença na final. Rafa, no momento da decisão, perdeu o um para um com Carles Grau e Portugal vai disputar o 3.º e 4.º lugares com Itália.
Ficha de jogo
Cinco inicial de Portugal: Girão, Zé Miranda, Hélder Nunes (3), Rafa e João Rodrigues
Jogaram ainda: Vieirinha, Xavier Cardoso (1), Gonçalo Pinto e Gonçalo Alves
Treinador: Paulo Freitas.
Cinco inicial de Espanha: Carles Grau, Nil Roca, César Carballeira, Marc Grau (2) e Pau Bargalló (1)
Jogaram ainda: Sergi Aragónes, Ignacio Alabart (1), Martí Casas e Ivan Morales
Treinador: Guillem Cabestany.