A vitória de Peaty no Japão, que se seguiu ao seu triunfo de 2016 no Rio, deixa-o com a hipótese de igualar a lenda norte-americana Michael Phelps como o único nadador masculino a vencer a mesma prova em três Jogos Olímpicos consecutivos.
Esse feito seria ainda mais impressionante tendo em conta os problemas de saúde mental com que o nadador de 29 anos se tem debatido.
Falando aos jornalistas após a eliminatória, Peaty manteve um tom descontraído e satisfeito, enquanto perspetivava meia-final de sábado, às 20:12, e para a final de domingo (agendada para as 20:44).
"Vi os resultados e pensei: 'Não tenho de puxar demasiado, não tenho nada a provar', mas vamos ver o que acontece esta noite. Não posso ganhar a batalha agora, tenho de a ganhar amanhã (domingo)", afirmou.
Peaty, que tem lutado contra a depressão, entre outros problemas, disse sentir-se calmo.
"(Sinto-me) muito bem. Quanto muito até estou demasiado relaxado, no sentido em que não parece que estou aqui neste momento, mas nadar começa a despertar a mente, mas penso que isso é a minha experiência de saber que não tenho de gastar muita energia nesta fase", disse.
O público cheio e barulhento na Arena La Defense contrastava com a maioria dos lugares vazios nos Jogos de Tóquio, afetados pela COVID, mas Peaty disse que a atmosfera não era a única diferença.
"Muito, muito diferente, muito diferente, mas eu era mais jovem, tinha um pouco mais a provar e estava um pouco mais zangado naquela altura, por isso é óbvio que esta noite temos um bom trabalho a fazer e o nosso campo está um pouco mais perto, por isso vamos ter de fazer um jogo muito bom para garantir que chegamos à final numa boa pista", afirmou.
Peaty tem-se manifestado abertamente preocupado com a questão do doping no desporto, tendo-se envolvido nas polémicas em torno dos 23 resultados positivos dos nadadores chineses que foram autorizados a nadar antes de Tóquio, mas quer concentrar-se na tarefa que tem em mãos.
"Como atleta, estamos sempre a pensar que queremos um desporto justo, ganhar de forma justa e estar perto de pessoas que fazem o mesmo e que vivem segundo os mesmos valores. Acho que todos sabemos do que estamos a falar, mas ao mesmo tempo temos um trabalho a fazer, por isso não podemos deixar que isso seja uma nuvem à frente do caminho", vincou.