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O estranho dia das decisões para o Barcelona na Liga dos Campeões

François Miguel Boudet, Pedro Fernandes
Xavi e o Barcelona vivem dia de decisões na Liga dos Campeões
Xavi e o Barcelona vivem dia de decisões na Liga dos CampeõesProfimedia
Será no balneário que o Barcelona vai ter a confirmação da real importância do jogo desta noite diante do Bayern de Munique, a contar para a 5.ª jornada da fase de grupos da maior prova europeia de clubes. Para se manterem na competição, os comandados de Xavi, que entram em campo pelas 20:00, precisam da preciosa ajuda do Viktoria Plzen, que defronta o Inter, em Milão, a partir das 17:45.

Numa situação complexa no grupo C, conhecido como o “grupo da morte”, o Barcelona prepara um dos jogos de cartaz da ronda sabendo que o mesmo apenas terá valor desportivo em caso de vitória ou empate da formação checa, já que se o Inter garantir os três pontos o destino dos blaugrana será, à semelhança do que aconteceu na última época, a Liga Europa.

"Chegaremos ao Camp Nou duas horas antes. Vamos ver o jogo juntos na televisão, no balneário”, referiu Xavi Hernández, em conferência de imprensa, parecendo querer afastar o destino. 

 

Ganhar estabilidade abdicando de um extremo?

Nada parece ter favorecido o Barcelona nesta campanha europeia. O que teria acontecido se a bola não tivesse raspado os dedos de Ansu Fati no golo anulado que daria o empate contra o Inter ou se a mão de Denzel Dumfries tivesse sido validada pelo VAR? A equipa pode não ter tido a profundidade necessária para garantir a qualificação num grupo tão forte, mas poderia ainda estar no controlo do seu destino. 

Apesar de ter garantido que o onze titular foi decidido na segunda-feira, Xavi Hernández teve de preparar este jogo com pressão adicional sobre a equipa, procurando perceber de que forma é que esta pode assumir-se e dar a melhor resposta perante este difícil desafio.

Os dois últimos jogos da La Liga, contra Villarreal (3-0) e Athletic Bilbau (4-0), permitiram ao treinador catalão propor duas versões do seu Barcelona. Diante do Villarreal, Frenkie de Jong regressou à titularidade como o esteio do tridente do meio-campo, tendo Ansu Fati e Ferran Torres cercado Robert Lewandowski no último terço. Três dias depois, perante o Athletic Bilbau, Gavi subiu um degrau, partindo desde a esquerda para o meio, com Ousmane Dembélé a dar explosividade à direita. Busquets, Pedri e De Jong jogaram juntos, com bons resultados, naquela que foi a melhor solução até agora para o os culés, que vêm de dois triunfos em dois jogos depois do período difícil que culminou na derrota por 3-1 no El Clássico.

 

Um Barcelona sólido na La Liga, mas poroso na Lig a dos Campeões

Na primeira metade da época, o Barcelona já mostrou argumentos para lutar pelo título espanhol, revelando capacidade para vencer por margens confortáveis (7 das 9 vitórias foram conquistadas com uma margem de pelo menos três golos), mas também para garantir os três pontos em contextos mais complexos (como são exemplo os triunfos por 1-0 diante de Maiorca e Celta).

Apesar das lesões de Ronald Araújo, Andreas Christensen, Héctor Bellerín e Jules Koundé, a inexperiência de Alex Baldé, o reposicionamento ocasional de Marcos Alonso no centro ou o tempo de jogo de Gerard Piqué, que se tornou a 6.ª escolha para o centro da defesa, os comandados de Xavi vão-se aguentando bem no campeonato, o que se comprova pelos oito jogos sem sofrer golos de Marc-Andre ter Stegen em 10 jogos na LaLiga.

Contudo, a solidez demonstrada internamente não é refletida a um nível superior. Com sete golos sofridos em quatro jogos da Liga dos Campeões, as condicionantes do plantel têm feito estragos nas aspirações catalãs. Inevitavelmente, perder tantos jogadores que configuram escolhas iniciais no mesmo sector pode levar a maus desempenhos, especialmente numa equipa que, apesar do volume e qualidade das contratações, precisa de tempo para desenvolver automatismos.