O contrato do selecionador com a Associação de Futebol de Macau (AFM) termina na segunda-feira e as duas partes chegaram a "uma decisão mútua" de não o renovar, disse Oliveira.
"Temos opiniões distintas sobre aquilo que deve ser o futuro da seleção" da região semiautónoma chinesa, explicou Lázaro Oliveira.
O técnico referiu que, como treinador profissional, "não fazia sentido neste momento estar sem objetivos e as coisas continuarem como estão, ou seja, não vai haver mais jogos internacionais e os treinos manterem-se".
A seleção de Macau é composta por jogadores amadores, que, lamentou Lázaro, "muitas vezes não estão disponíveis para os treinos e para os jogos por motivos profissionais".
A equipa apenas disputou quatro partidas oficiais nos últimos 12 meses. Os últimos foram em 06 e 10 de setembro, com duas derrotas contra o Brunei, que eliminou Macau da qualificação para a Taça Asiática de 2027.
"Não é benéfico para mim, não é benéfico para a Associação também ter um treinador profissional para estar aqui a competir uma ou duas vezes por ano", disse o técnico, acrescentando que "também não contribui muito para aquilo que é a progressão das carreiras", sua e do treinador adjunto, o português Pedro Simões.
Macau foi das últimas seleções de futebol a regressar aos jogos, em março de 2023, depois de uma pausa de quase quatro anos imposta pela política de "zero covid", que incluía a restrição das entradas e quarentenas que chegaram a ser de 28 dias.
"Isso também contribuiu bastante" para travar a evolução do futebol local, lamentou Lázaro.
Ainda assim, o luso-angolano disse que a primeira aventura no estrangeiro foi "uma experiência positiva" e defendeu que o próximo selecionador vai ter "uma situação bem melhor", nomeadamente após ter sido ultrapassado um conflito entre os jogadores e a AFM.
Em junho de 2019, um golo de Filipe Duarte, formado no Benfica, garantiu a primeira vitória de Macau em qualificações para campeonatos do mundo, ao bater o Sri Lanka por 1-0, em casa.
Mas a equipa acabou por não seguir em frente, uma vez que a AFM decidiu não enviar a seleção para disputar a segunda mão no Sri Lanka, por razões de segurança, após mais de 250 pessoas terem morrido em ataques bombistas em 21 de abril de 2019.
"Tivemos de fazer um trabalho de base, de convencer os jogadores a regressar à seleção", recordou o treinador.
Lázaro Oliveira vai agora procurar, "seja em Portugal, seja no estrangeiro, tentar volta à atividade o mais rápido possível", num clube profissional.