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Cristiano Ronaldo: "Os novos treinadores acham que encontraram a última coca-cola no deserto"

Mário Rui Ventura
Cristiano Ronaldo deu entrevista exclusiva a Piers Morgan
Cristiano Ronaldo deu entrevista exclusiva a Piers MorganPiers Morgan
Na primeira parte da entrevista, na íntegra, de Cristiano Ronaldo a Piers Morgan, surgem as desilusões pelo que encontrou no Manchester United, as críticas aos treinadores com uma exceção, Solksjaer, e a nova geração de jogadores, que o desilude, tirando Diogo Dalot.

"Os novos treinadores acham que encontraram a última coca-cola no deserto. O futebol está inventado há muitos anos. Cada um tem a sua mentalidade, mas chega a um certo ponto que não concorda. Sempre estive com os melhores treinadores do Mundo. Aprendi com todos e quando vês um novo treinador que quer revolucionar o futebol, eu posso não concordar e discordar mas faz parte. Estou no clube para ganhar e quero ajudar com a minha experiência. Alguns treinadores não aceitam, faz parte do trabalho", explica Cristiano Ronaldo, antes de falar de Solskjaer.

"Eles conhecem o clube, mas não conhecem a dimensão e a história do clube, o que a mim me surpreendeu. Quando sai o Solskjaer, tem de se trazer um treinador de topo e não um director desportivo. Adoro o Solskjaer, é uma grande pessoa. O que guardo para mim é o coração das pessoas. Como treinador, não conseguiu o que queria, é difícil assumir depois de Ferguson, mas fez um bom trabalho. Talvez precisasse de mais tempo. Acredito que vai ser um bom treinador. Foi um prazer trabalhar com ele ainda que fosse um período curto", referiu Cristiano Ronaldo.

"Dalot é jovem mas muito profissional"

Dos treinadores aos jogadores, Cristiano Ronaldo falou do alto dos seus 37 anos para dar a sua visão sobre a nova geração de futebolistas.

"Não digo que não respeitem os jogadores experientes. Vivem numa era diferente. A mentalidade não é a mesma. A diferença está na fome. Para eles chega tudo mais facilmente, eles não sofrem, não querem saber. Não é só no United, em todas as equipas. Não são os da mesma geração. Mas não podemos culpá-los. Faz parte da vida. Eles ouvem, mas entra por um ouvido e sai por outro. É pena porque tens os melhores exemplos à tua frente. Lembro-me quando tinha 18, 19 ou 20 anos e tentava aprender com os melhores: Nistelrooy, Ferdinand, Keane e Giggs", lembrou Cristiano Ronaldo, que prefere dar o exemplo do que dar conselhos aos mais jovens com quem se tem cruzado.

"Não sou o melhor a dar dicas, mas gosto mais de dar o exemplo. Provavelmente sou o primeiro a chegar aos treinos e último a sair. As ações falam por si. Eles ouvem e daqui a dois minutos esquecem. Gosto de liderar pelo exemplo. Eles não querem saber. Alguns sim, mas muitos não. Não me surpreende, não vão ter uma carreira tão longa. É impossível. Vês jogadores que chegam aos 35, 36 e 37 anos a alto nível. Quantos destes terão esta longevidade?", questionou o avançado português, que deixou um elogio especial a um jovem do Manchester United, com quem partilha também balneário na Seleção Nacional.

"Jovens que mais admiro no futebol atual? É difícil. Se me disseres o que eu vejo no United, posso dar o exemplo de Dalot. É jovem, mas é muito profissional. Não duvido que vá ter longevidade no futebol. É jovem, inteligente e muito profissional. Como ele é difícil, provavelmente o Martínez, mas digo o Dalot", assumiu Cristiano Ronaldo.