Paralímpicos: Comité faz balanço muito positivo de Paris-2024 mas pede renovação
“Temos razões para estarmos satisfeitos, foram obtidos os melhores resultados desde a constituição do CPP, com a missão mesma pequena de sempre, desde a nossa criação”, afirmou José Lourenço, após a prova do último atleta que competiu este domingo em Paris.
Além das medalhas e dos diplomas, o líder do CPP, fundado em 2008 após os Jogos Pequim-2008, destacou a “dinâmica da missão” lembrando: “Isto não foi só feito de medalhas, foi feito da superação dos atletas, muitos dos quais alcançaram resultados melhores do que aqueles com que chegaram aqui”.
O presidente do CPP voltou a alertar para a necessidade de renovação no desporto para pessoas com deficiência, mostrando-se preocupado “com a expressão da missão portuguesa nos Jogos Los Angeles-2028 estar comprometida”.
“Não são os resultados alcançados que nos vão distrair de chamar a atenção para a importância de trazer mais pessoas com deficiência à prática desportiva”, afirmou, mostrando-se esperançado: “Faltam quatro anos e estou convencido que todas as federações e clubes vão encontrar novos atletas”.
A missão portuguesa, composta por 27 atletas, a mais pequena desde Seul-1988, igualou as medalhas alcançadas em Pequim-2008, quando a missão foi liderada para Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência (FPDD), mas foi “abalada” pelo primeiro caso de doping, que José Lourenço não quis comentar “em concreto”.
“É um caso lateral que tem a importância que tem, porque não podemos pactuar com esse tipo de práticas, e isso foi evidente na decisão que a chefia de missão tomou”, afirmou José Lourenço, sem comentar em concreto o resultado positivo que impediu Simone Fragoso de participar no torneio de powerlifting, modalidade na qual Portugal faria a sua estreia em Jogos Paralímpicos.
Com o fim do primeiro ciclo em que as condições de preparação paralímpica foram iguais às da olímpica, o presidente do CPP, destacou a importância de no futuro serem disponibilizados mais apoios para o desenvolvimento desportivo.
“Se não houver apoios para o desenvolvimento desportivo podemos ter as melhores condições para o alto rendimento, mas os atletas depois não chegam cá. Portanto, o que falta é muito apoio e a continuidade dos apoios que integram o projeto de preparação paralímpico”.
Luís Figueiredo, chefe da missão portuguesa aos Jogos Paris-2024, também fez um balanço “extremamente positivo” e destacou o apoio da força emigrante, e a solidariedade entre os atletas.
“Sentimos muito o apoio da força emigrante em Paris, notamo-lo nos estádios e na rua”, afirmou, acrescentando: “A solidariedade que existiu dentro de missão, com atletas de outras modalidades a apoiarem os colegas também ajudou na obtenção destes resultados”.
Portugal, que somou em Paris-2024 a sua 12.ª participação em Jogos Paralímpicos, deixa França com sete medalhas conquistadas, nas modalidades de atletismo, boccia, ciclismo, judo e natação, passando a contar com um total de 101 subidas ao pódio, desde Nova Iorque-1984, depois de uma primeira participação sem pódios, em 1972.