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Paris-2024: Ana Cabecinha vai para 20 km marcha certa de que terá prémio na meta

Ana Cabecinha treina para os Jogos Olímpicos
Ana Cabecinha treina para os Jogos OlímpicosLUSA
À partida para os 20 quilómetros marcha dos Jogos Olímpicos Paris2024, a aleta portuguesa Ana Cabecinha já saberá que vai ter o prémio mais desejado na meta, quando se reencontrar com o filho recém-nascido, confessou a marchadora.

Ana Cabecinha, porta-estandarte da Missão portuguesa, juntamente com o canoísta Fernando Pimenta, falou à agência Lusa das perspetivas que tem para Paris-2024 durante um treino realizado em Vila Real de Santo António, onde procura recuperar ao máximo os índices físicos, depois de em outubro ter sido obrigada a reformular toda sua preparação quando soube que estava grávida.

Apesar de ter conseguido treinar quase toda a gravidez e de ter adaptado todo o treino às obrigações que tem para com o filho, nascido no início de maio, Ana Cabecinha sabe que não vai estar na luta por grandes resultados ou marcas, mas olha para a prova dos 20 quilómetros marcha de Paris-2024 com o foco na meta, onde terá à sua espera o marido e o bebé Lourenço.

“Essa vai ser a maior motivação para cortar a meta, porque a minha preparação não foi de todo a ideal para fazer um grande resultado. Mas estou a fazer de uma forma mais motivada, porque sei que no final vou ter a minha medalha deste ano, que vai ser o meu filho no final, na linha de meta”, afirmou.

A marchadora, de 40 anos, recebeu a notícia da gravidez com um misto de “choque” e de “grande felicidade” e, a partir de então, teve de fazer uma preparação “totalmente diferente” da que estava planeada desde a pré-época para lhe permitir lutar por bons resultados nos Jogos.

A atleta reconheceu que “é um desafio enorme” cuidar do filho e reformular todo o treino em função das suas necessidades, mas frisou que tem “um bebé tranquilo”, que a “deixa treinar”, assim como “um suporte e um apoio” que lhe permitem trabalhar “descansada”, sabendo que o recém-nascido fica “bem cuidado”.

“Mas, claro, que no treino estou sempre desejando que acabe para ir para perto do meu filhote”, reconheceu, revelando que parte para a capital francesa no dia 26, com o bebé e o marido, “que vai ficar com o filho” enquanto treina e faz a prova, embora os colegas de comitiva e a família, que também vai estar em Paris, lhe garantam mais um “grande suporte e um grande apoio familiar”.

Sobre a sua escolha para porta-estandarte da comitiva portuguesa, juntamente com Fernando Pimenta, Ana Cabecinha disse ser “um sonho” realizado, que lhe vai permitir coroar a sua quinta presença em Jogos Olímpicos com a “maravilhosa parte” de erguer a bandeira portuguesa na cerimónia de abertura de Paris-2024, onde percorrerá os 20 quilómetros marcha, em 01 de agosto, sem tanta pressão.

“Mas o resultado é o menos, neste momento. É acabar estes quintos Jogos Olímpicos de uma forma diferente, sem pressão, e pela primeira vez acho que vou desfrutar dos Jogos Olímpicos dessa forma, porque os outros Jogos foram claro para lutar pelo melhor resultado, por grandes lugares e grandes marcas, e este ano não é isso que é o principal objetivo”, justificou.

Paulo Murta, treinador de Ana Cabecinha, explicou que, desde que foi conhecida a gravidez da atleta, “tudo foi diferente” e foi necessário adaptar o treino no período pré-parto, com uma equipa de fisiologia que lhe permitiu trabalhar até perto do nascimento do bebé, mas também no pós-parto, sem realizar o habitual estágio em altitude e garantindo uma recuperação o mais rápida possível de uma cesariana realizada há apenas cerca de dois meses.

“A Ana está preparada bem, mas não otimamente, é impensável pensar que a Ana irá bater o recorde pessoal ou ser finalista, ou andar nas 20 (primeiras), temos de ser realistas, mas o que a gente pretende é que a Ana tenha uma participação digna, condigna do historial dela”, disse Paulo Murta.

A marchadora, que vai para a quinta presença olímpica nos Jogos que decorrem entre 26 de julho e 11 de agosto, conseguiu diplomas em três das quatro presenças anteriores: foi sexta classificada no Rio-2016 e oitava em Londres-2012 e Pequim-2008, acabando no 20.º lugar em Tóquio-2020.