No período que antecedeu e durante os Jogos Olímpicos, a agência francesa de cibersegurança esteve em alerta para ataques que pudessem perturbar o comité organizador, a venda de bilhetes ou os transportes.
Entre 26 de julho e 11 de agosto, a Anssi, a agência governamental de cibersegurança, registou 119 relatórios de "eventos de segurança" de baixo impacto e 22 incidentes em que "um ativista malicioso" atacou com sucesso o sistema de informação de uma vítima.
Os ataques visaram principalmente agências governamentais e infra-estruturas desportivas, de transportes e de telecomunicações, segundo a agência. De acordo com a Anssi, um terço dos casos envolveu incidentes de inatividade, metade dos quais resultaram de ataques de negação de serviço destinados a sobrecarregar os servidores.
Impacto reduzido
Os outros incidentes cibernéticos incluíram tentativas de comprometimento ou comprometimento efetivo e divulgação de dados.
"Todos os incidentes cibernéticos que ocorreram durante este período caracterizaram-se, em geral, pelo seu baixo impacto", afirmou Anssi.
O Grand Palais, que acolheu os eventos olímpicos em Paris, e cerca de 40 outros museus em França foram vítimas de um ataque de ransomware no início de agosto, mas este não afectou os sistemas de informação necessários para os Jogos, disse a Anssi.
"Ransomware"
O ransomware explora as falhas de segurança para encriptar e bloquear sistemas informáticos e exige um resgate a um utilizador ou a uma organização para os desbloquear. Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, realizados em 2021 e adiados devido à pandemia, os organizadores registaram 450 milhões de operações deste tipo, o dobro do número registado durante os Jogos Olímpicos de Londres em 2012.
No período que antecedeu os Jogos Olímpicos de Paris, Marie-Rose Bruno, diretora de tecnologia e sistemas de informação dos Jogos de Paris, afirmou que esperava "oito a dez vezes mais" ataques informáticos do que durante os Jogos de Tóquio.