Paris-2024: Cheptegei finalmente 'rei' nos 10.000 metros
Após a disputa das provas de 20 km marcha no centro de Paris, na quinta-feira, o atletismo chegou ao estádio, numa jornada plena de qualificações e eliminatórias e somente uma final, a dos 10.000 metros do setor masculino, que acabou por ser decidida ao sprint.
O domínio africano, grande regra das últimas quatro décadas, raras vezes contestada, voltou a confirmar-se, com o ugandês Cheptegei, recordista mundial a superar muito bem as duas grandes potências, Quénia e Etiópia.
A corrida teve um ritmo elevado, mas mesmo assim um grupo de 12 atletas chegou compacto à última volta, quando Cheptegei atacou forte, para triunfar em 26.43,14 minutos, novo recorde olímpico.
O etíope Berihu Aregawi foi segundo, com 26.43,44 e o norte-americano Grant Fisher terceiro, com 26.43,46.
Fulgurante na reta da meta, Aregawi quase surpreendeu Cheptegei e minimizou a derrota etíope, em que o campeão olímpico cessante, Selamon Barega, foi agora apenas sétimo.
Todos os 13 primeiros ficaram abaixo dos 27.00 minutos, incluindo recordes nacionais para Espanha, África do Sul e França.
Antes dos 10.000 metros, a longa jornada dupla foi recheada de qualificações e eliminatórias, sem especiais surpresas, a nível de favoritos a ficarem pelo caminho.
No apuramento para a final da estafeta mista de 4x400 metros, os Estados Unidos bateram o recorde do mundo, sem sequer precisarem de apresentar o melhor quarteto – no sábado, regressam à pista com uma equipa 'retocada' para melhor.
Hoje, Vernon Norwood, Shamier Little, Bryce Deadmon e Kaylyn Brown integraram o quarteto que correu em 3.07,41 minutos, melhorando em mais de um segundo o anterior máximo (3.08,80), na posse de outra equipa norte-americana desde 2023.
Igualmente na final vão estar a França, que bateu o recorde nacional, a Polónia, campeã há três anos, e os Países Baixos, que resguardaram a sua 'superestrela' Femke Bol, que está inscrita para a estafeta neerlandesa.
Na velocidade pura, a surpresa nos 100 metros foi a renúncia, a poucos dias, da jamaicana Shericka Jackson, uma das favoritas, deixando as esperanças do país nos ombros da veterana de 37 anos Shelly-Ann Fraser-Pryce, segunda na sua série, atrás da costa-marfinense Marie-Josée Ta Lou, outra candidata ao pódio.
Ausente há três anos de Tóquio2020, a norte-americana Sha'Carri Richardson, campeã mundial, parece ser, no entanto, a mais bem preparada para chegar ao ouro.
Quanto à neerlandesa Sifan Hassan, tripla medalhada há três anos, iniciou bem o ataque à sua 'louca' aposta de 5.000/10.000/maratona, sendo facilmente segunda na sua série da légua.