Paris-2024: Chiles diz que perder a medalha olímpica foi "devastador" e injusto
A ginasta de 23 anos, natural de Los Angeles, afirmou ainda que os ataques nas redes sociais têm sido extremamente dolorosos, numa altura em que tenta recuperar da controvérsia sobre a final do exercício de solo.
A Roménia recorreu da decisão e o Tribunal Arbitral do Desporto (CAS) decidiu que o recurso dos EUA chegou tarde demais, levando a Federação Internacional de Ginástica a atribuir a medalha à romena Ana Barbosu.
A Federação de Ginástica dos Estados Unidos (USAG) recorreu da decisão do CAS com provas em vídeo que comprovam que o recurso foi feito a tempo, mas o CAS disse que não podia reconsiderar a sua decisão, o que levou a entidade americana prometer que iria levar o caso ao Tribunal Federal Suíço.
"Enquanto celebrava os meus feitos olímpicos, ouvi a notícia devastadora de que a minha medalha de bronze tinha sido retirada. Confiei no recurso interposto pela USAG, que apresentou provas conclusivas de que a minha pontuação cumpria todas as regras. Este recurso não foi bem sucedido", afirmou Chiles numa declaração publicada na quinta-feira no X, antigo Twitter.
"Não tenho palavras. Esta decisão é injusta e constitui um duro golpe, não só para mim, mas para todos os que apoiaram o meu percurso. Para agravar a mágoa, os ataques racistas não solicitados nas redes sociais são errados e extremamente dolorosos. Deitei o meu coração e a minha alma neste desporto e tenho muito orgulho em representar a minha cultura e o meu país", acrescentou.
Apesar da dor de cabeça e dos contratempos, Chiles disse que acredita que um dia haverá um resultado justo.
"Estou agora a ser confrontada com um dos momentos mais difíceis da minha carreira. Acreditem em mim quando digo que já passei por muitos. Abordarei este desafio como abordei outros - e farei todos os esforços para garantir que seja feita justiça. Acredito que no final desta jornada, as pessoas que estão no controlo farão a coisa certa", escreveu.
Chiles ganhou uma medalha de ouro como parte da equipa triunfante dos EUA, a sua segunda medalha olímpica depois de uma prata por equipas em Tóquio.
"Estou impressionada com o amor que tenho recebido nos últimos dias. Estou também incrivelmente grata à minha família, aos meus colegas de equipa, aos meus treinadores, aos meus fãs, à USAG e ao USOPC (Comité Olímpico e Paralímpico dos EUA) pelo seu apoio inabalável durante este período difícil", declarou Chiles.
"Encontrar a alegria novamente tem sido uma mudança cultural e adoro ver os outros a abraçá-la. Sinto que dei permissão a toda a gente para ser autêntica em relação a quem é", vincou.